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Supermercado é o que mais emprega mas o que menos paga, diz pesquisa

O setor de auto-serviço, que inclui os supermercados e hipermercados, ocupa hoje a primeira posição no ranking dos maiores empregadores do país com 719 mil funcionários. No ranking dos setores que apresentam os maiores salários-base, no entanto, ele ocupa um lugar bem menos honroso: 15º, bem atrás de setores como o petroquímico, máquinas e equipamentos, […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h01.

O setor de auto-serviço, que inclui os supermercados e hipermercados, ocupa hoje a primeira posição no ranking dos maiores empregadores do país com 719 mil funcionários. No ranking dos setores que apresentam os maiores salários-base, no entanto, ele ocupa um lugar bem menos honroso: 15º, bem atrás de setores como o petroquímico, máquinas e equipamentos, papel e celulose e mineração, entre outros. A posição de lanterna do auto-serviço no quesito política salarial foi revelada por uma pesquisa feita pela revista Supermercado Moderno em parceria com a consultoria de recursos humanos HayGroup, divulgada nesta segunda-feira (15/3).
"Detectamos que o salário-base do varejo brasileiro é 26% menor que o de outros 14 setores", diz Renato Oyakawa, diretor executivo do grupo Lundi, que edita a Supermercado Moderno. Algumas razões explicam esse cenário. A primeira delas é o peso que a folha de pagamentos tem nas empresas desse setor, intensivo em mão-de-obra. "Ele chega a representar 70% do custo operacional", afirma Oyakawa. Os outros motivos são a baixa qualificação exigida pelas empresas associada ao excesso de oferta, além do pouco poder de barganha dos sindicatos das categorias nas negociações para reajustes.

A pesquisa de remuneração já era feita pela Hay desde 2001. A novidade deste ano é que além de incluir as maiores redes supermercadistas do Brasil, com receitas anuais acima de 1 bilhão de reais, a amostra também abrangeu 40 supermercadistas com faturamento inferior a 300 milhões de reais. O resultado dessa inclusão, é que foi possível pontuar várias diferenças entre esses dois universos no quesito remuneração. Veja duas delas:

  • Disparidade entre os salários No geral da amostra, as diferenças entre as remunerações mínima e máxima para um mesmo cargo podem chegar a 154%. Se considerados só os gigantes do varejo, essa diferença é de 49%, mas pode chegar a 68% entre os pequenos. "Isso pode ser explicado pelo fato de um gerente, que trabalha em uma grande loja, com mix de produtos altamente diversificado, operação complexa, muitos funcionários e consumidores exigentes, ganhar mais que outros que desempenham a mesma função em lojas de proporções menores", diz Oyakawa.

  • Disparidade na valorização das funções Enquanto as grandes redes tendem a remunerar melhor os altos executivos, uma vez que a eles é dada autonomia para tomar decisões estratégicas, nos pequenos a situação é diferente. "Como as pequenas redes são, normalmente, familiares, os próprios donos costumam controlar a operação e remunerar menos os auxiliares imediatos que têm menos responsabilidades", afirma Oyakawa. Na remuneração dos cargos operacionais, no entanto, como padeiro, açougueiro, operador de caixa e repositor de mercadorias, entre outros, são os pequenos que oferecem os melhores salários. "Nas pequenas redes, os funcionários passam mais tempo na loja e acumulam mais aumentos salariais", diz Oyakawa.

    Além disso, diz ele, como a relação dos clientes dessas lojas com os funcionários tende a ser mais próxima, a permanência deles na empresa é mais valorizada. Situação contrária acontece nas grandes redes, onde a rotatividade é bem maior. Nas redes com receita anual inferior a 300 milhões de reais, por exemplo, o salário médio de um padeiro é de 640 reais. Nas grandes, 537 reais. Em sentido contrário, os gerente de loja dos grandes supermercados e hipermercados do país ganham em média 3.300 reais, contra 2.166 nos pequenos.

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    O setor de auto-serviço, que inclui os supermercados e hipermercados, ocupa hoje a primeira posição no ranking dos maiores empregadores do país com 719 mil funcionários. No ranking dos setores que apresentam os maiores salários-base, no entanto, ele ocupa um lugar bem menos honroso: 15º, bem atrás de setores como o petroquímico, máquinas e equipamentos, papel e celulose e mineração, entre outros. A posição de lanterna do auto-serviço no quesito política salarial foi revelada por uma pesquisa feita pela revista Supermercado Moderno em parceria com a consultoria de recursos humanos HayGroup, divulgada nesta segunda-feira (15/3).
    "Detectamos que o salário-base do varejo brasileiro é 26% menor que o de outros 14 setores", diz Renato Oyakawa, diretor executivo do grupo Lundi, que edita a Supermercado Moderno. Algumas razões explicam esse cenário. A primeira delas é o peso que a folha de pagamentos tem nas empresas desse setor, intensivo em mão-de-obra. "Ele chega a representar 70% do custo operacional", afirma Oyakawa. Os outros motivos são a baixa qualificação exigida pelas empresas associada ao excesso de oferta, além do pouco poder de barganha dos sindicatos das categorias nas negociações para reajustes.

    A pesquisa de remuneração já era feita pela Hay desde 2001. A novidade deste ano é que além de incluir as maiores redes supermercadistas do Brasil, com receitas anuais acima de 1 bilhão de reais, a amostra também abrangeu 40 supermercadistas com faturamento inferior a 300 milhões de reais. O resultado dessa inclusão, é que foi possível pontuar várias diferenças entre esses dois universos no quesito remuneração. Veja duas delas:

  • Disparidade entre os salários No geral da amostra, as diferenças entre as remunerações mínima e máxima para um mesmo cargo podem chegar a 154%. Se considerados só os gigantes do varejo, essa diferença é de 49%, mas pode chegar a 68% entre os pequenos. "Isso pode ser explicado pelo fato de um gerente, que trabalha em uma grande loja, com mix de produtos altamente diversificado, operação complexa, muitos funcionários e consumidores exigentes, ganhar mais que outros que desempenham a mesma função em lojas de proporções menores", diz Oyakawa.

  • Disparidade na valorização das funções Enquanto as grandes redes tendem a remunerar melhor os altos executivos, uma vez que a eles é dada autonomia para tomar decisões estratégicas, nos pequenos a situação é diferente. "Como as pequenas redes são, normalmente, familiares, os próprios donos costumam controlar a operação e remunerar menos os auxiliares imediatos que têm menos responsabilidades", afirma Oyakawa. Na remuneração dos cargos operacionais, no entanto, como padeiro, açougueiro, operador de caixa e repositor de mercadorias, entre outros, são os pequenos que oferecem os melhores salários. "Nas pequenas redes, os funcionários passam mais tempo na loja e acumulam mais aumentos salariais", diz Oyakawa.

    Além disso, diz ele, como a relação dos clientes dessas lojas com os funcionários tende a ser mais próxima, a permanência deles na empresa é mais valorizada. Situação contrária acontece nas grandes redes, onde a rotatividade é bem maior. Nas redes com receita anual inferior a 300 milhões de reais, por exemplo, o salário médio de um padeiro é de 640 reais. Nas grandes, 537 reais. Em sentido contrário, os gerente de loja dos grandes supermercados e hipermercados do país ganham em média 3.300 reais, contra 2.166 nos pequenos.

    Quem paga mais?
    Veja o ranking de salários médios pagos por setor
    1
    Petroquímico
    2
    Químico
    3
    Máquinas & Equipamentos
    4
    Petróleo e Distribuidores
    5
    Papel & Celulose
    6
    Consumo
    7
    Comunicação
    8
    Mineração
    9
    Energia
    10
    Metalúrgico
    11
    Montadoras e Autopeças
    12
    Cimento & Material de Construção
    13
    Bancos
    14
    Seguros
    15
    Varejo
    Fonte: HayGroup
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