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Produção industrial cai em novembro influenciada por Petrobras

Em novembro, a produção da indústria brasileira, medida pelo IBGE, sofreu uma queda de 0,4% na comparação com outubro, provocada pelo;recuo na fabricação de bens intermediários como combustíveis;e insumos. Já as vendas cresceram, segundo a CNI,

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h00.

A demora da Petrobras para colocar em operação novas plataformas influenciou o resultado da produção industrial em novembro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção caiu 0,4% de outubro para novembro, no cálculo que exclui influências sazonais. Os bens intermediários , entre eles combustíveis e insumos industriais, foram os que influenciaram o índice negativamente ao registrar uma queda, de 1,1%. O segmento é o de maior peso na estrutura industrial e registra a terceira queda consecutiva, acumulando entre agosto e novembro de 2004 uma perda de 1,7%.

Para Braulio Borges, da LCA Consultores, o que explica a queda em bens intermediários é o atraso no cronograma de produção daPetrobras. "A estatal não tem conseguido cumprir o cronograma de operação de novas plataformas. O que devia iniciar em setembro e outubro só vai produzir em janeiro", diz o economista.

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Os bens de consumo semi e não duráveis (roupas e alimentos) alcançaram o maior ritmo de crescimento mensal (0,5%), seguidos de bens de capital (0,2%) e bens de consumo duráveis (0,2%) , como eletrodomésticos e automóveis. No caso de duráveis e não duráveis, o resultado de novembro representa um retorno às taxas positivas, ainda que tímidas, depois de quedas detectadas em outubro. "O crescimento em termos percentuais é pequeno, mas a indústria se mantém em um patamar elevado", afirma Borges.

Conforme o IBGE, a queda de 0,4% aponta para um quadro de "virtual estabilização" no patamar de produção e reflete o desempenho de 16 dos 23 ramos pesquisados. O instituto destaca os resultados negativos da indústria farmacêutica (-7,5%), metalurgia básica (-3,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,5%) e produtos de metal (-3,0%). As principais influências positivas vêm dematerial eletrônico(11,1%) e alimentos (2,8%).

Tendências

No acumulado de janeiro a novembro de 2004, o crescimento da atividade industrial é de 8,3%. Segundo o IBGE, os índices por categorias de uso (bens de capital, duráveis, semi e não duráveis) confirmam o padrão de crescimento ao longo do ano passado, com maior dinamismo para os produtores de bens de consumo duráveis (22,3%) e de capital (20,4%). No caso dos duráveis, o impulso decorre da melhora nas condições decréditoe no mercado de trabalho. A ampliação dosinvestimentosexplica o avanço no caso dos bens de capital.

A produção de bens intermediários registrou um aumento de 7,4%, ritmo próximo ao do total da indústria (8,3%), impulsionada tanto pela sua maior articulação com as exportações e com o agronegócio, como pelo crescimento da produção de bens finais. A indústria de bens de consumo semi e não duráveis (3,8%) assinala ritmo bem inferior ao da média global, mas ultimamente é a que demonstra maior dinamismo.

Na comparação com setembro de 2003, o IBGE verificou uma queda de 15% na produção de bens de capital para a agricultura (leia reportagem de EXAME sobre as preocupações dos empresários do campo). O desempenho ruim contrasta com os resultados dos subsetores de bens de capital para uso industrial (14,1%), transporte (25,3%) econstrução(50,9%).

CNI

A despeito da queda na produção, novembro registou um crescimento nas vendas da indústria. Na comparação com outubro, o avanço foi de 1,83%, depois de dois meses consecutivos de queda. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a utilização da capacidade instalada teve pequena elevação, de 82,72% para 83,05%. Os analistas do Credit Suisse First Boston (CSFB) esperavam um pequeno recuo do indicador. Na ata mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, as autoridades mostraram preocupação com o desempenho futuro da oferta agregada. O dado de hoje será levado em consideração na próxima reunião do Copom, que deve decidir por nova elevação da taxa Selic.

Em novembro, segundo a CNI, o nível de emprego cresceu 0,48%, as horas trabalhadas na produção aumentaram 0,30% e os salários tiveram ganhos de 1,49%. Nos 11 meses de 2004 as vendas acumulam alta de 14,95%, o emprego cresceu 3,16%, as horas trabalhadas na produção 5,7% e os salários, 8,85%.

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