Infra-estrutura é maior problema para exportação, diz pesquisa
Para 48% dos entrevistados pelo Centro de Estudos em Logística, a infra-estrutura existente não atende às necessidades de exportação de suas empresas. Outros 45% afirmam que atende precariamente
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h01.
Mais difícil do que cativar um cliente do outro lado do mundo é dispor da infra-estrutura necessária no Brasil para exportar (Leia reportagem de EXAME que acompanhou durante cinco dias a viagem das mercadorias pelo principal corredor de exportação do Brasil). Os empresários atribuem muito mais peso às deficiências na infra-estrutura logística no Brasil do que às barreiras para a entrada de seus produtos em outros países. A constatação foi feita em estudo de Paulo Fleury, diretor do Centro de Estudos em Logística (CEL), instituto ligado ao Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os dados foram apresentados durante o Fórum Nacional de Logística, encerrado nesta quarta-feira (18/8).
Ao avaliar os gargalos para o crescimento das exportações, os entrevistados atribuíram, de um total de cem pontos, 48 para falhas na infra-estrutura logística, 21 para a dificuldade de vender no exterior, 18 para as barreiras de entrada em outros países - como as quotas impostas pela União Européia ao açúcar brasileiro, por exemplo - e 13 pontos para suas próprias limitações em capacidade de produção.
O estudo também revela que 48% dos entrevistados consideram que a infra-estrutura existente não atende às necessidades de exportação de suas empresas, enquanto 45% afirmam que atende precariamente.
Os cinco problemas mais sérios na logística, segundo os empresários pesquisados pelo CEL, são as greves, a infra-estrutura portuária de escoamento, o preço do frete internacional, a burocracia governamental e o tempo de liberação das mercadorias.
Com uma matriz de transporte das exportações dominada pelo modal marítimo (95% de utilização), os exportadores avaliaram os dez principais portos brasileiros (veja tabela) e atribuíram às instalações do Rio Grande (no RS) a melhor nota - 6,8 em uma escala de 0 a 10. O porto de Santos, utilizado por 32% das empresas pesquisadas, recebeu a nota 5.
A nota dos portos brasileiros | ||
Porto | Avaliação média (0 a 10) | % empresas usuárias |
Rio Grande | 6,8 | 8 |
Sepetiba | 6,4 | 4 |
Paranaguá-Antonina | 5,7 | 8 |
Fortaleza | 5,5 | 2 |
Santos-Guaruj | 5,0 | 32 |
Manaus | 5,0 | 3 |
Rio de Janeiro | 4,9 | 11 |
Itaja | 4,4 | 10 |
São Francisco do Sul | 4,4 | 6 |
Vitória | 4,3 | 5 |
Fonte: Pesquisa Logística & Comércio Internacional 2004 - CEL/Coppead/UFRJ |