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S&P: atraso em reforma e incerteza política são fraquezas do país

A agência de risco Standard & Poor's rebaixou a nota soberana do país de BB para BB- e revisou a perspectiva de negativa para estável

Temer: "O enfraquecimento da nossa avaliação institucional do Brasil reflete um progresso mais lento que o esperado", disse a S&P (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 21h39.

São Paulo - O atraso no avanço das reformas e a incerteza política são as principais fraquezas do rating do Brasil, de acordo com a agência de classificação de risco S&P Global , que rebaixou a nota soberana do país de BB para BB- e revisou a perspectiva de negativa para estável.

De acordo com a S&P, a perspectiva estável reflete a visão de que há uma probabilidade menor do que uma em cada três de que possa haver um rebaixamento ou uma elevação da nota do Brasil no próximo ano.

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"Isso reflete os pontos fortes da política externa e monetária do País, que ajudam a compensar uma fraqueza significativa, uma economia com perspectivas de crescimento menores do que seus pares e nossa visão de que a eficácia da formulação de políticas em todos os ramos do governo enfraqueceu", afirmou a agência.

No comunicado da decisão, a S&P comentou que o governo de Michel Temer articulou uma agenda macroeconômica e microeconômica abrangente para implementar condições para um crescimento mais forte. Além disso, a agência lembra que o Congresso aprovou parte dessa agenda, incluindo o teto de gastos, a reforma trabalhista, uma reabertura do setor de petróleo e gás e um regime de recuperação fiscal para Estados altamente endividados e dispostos a realizar reformas. No entanto, "apesar dos vários avanços, o governo Temer fez progressos menores que o esperado" na avaliação da S&P, ao não aprovar a reforma da Previdência ainda em 2017.

"O enfraquecimento da nossa avaliação institucional do Brasil reflete um progresso mais lento que o esperado e um menor apoio da classe política do País para implementar uma lei significativa para corrigir a derrapagem fiscal nas bases atuais", disse a S&P. Para a agência, embora o governo tenha avançado com reformas microeconômicas, não conseguiu amplo apoio no Congresso para fortalecer a trajetória fiscal, a fim de facilitar a adesão ao limite de gastos do Brasil.

A agência alertou que há riscos para um rebaixamento adicional do Brasil no próximo ano caso uma fraqueza do balanço de pagamentos prejudique o acesso ao mercado ou gere um aumento acentuado da dívida externa.

Em caso contrário, a S&P Global enxerga que o espaço para elevação do rating BB- pode surgir se o governo eleito em outubro "se articular e implementar uma correção fiscal sólida e sustentável, com apoio do Congresso".

PIB

A agência S&P Global afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter crescido 1% no ano passado, após dois anos de contração, mas ressaltou que as perspectivas de expansão da atividade econômica do País continuam limitadas pelo alto endividamento e pelo baixo nível de investimento.

A agência disse esperar que o PIB do Brasil cresça, em média, 2,4% entre 2019 e 2020 e ressaltou que as perspectivas de expansão foram - e continuarão - abaixo das de outros países em fase de desenvolvimento similar.

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