Grãos de soja: AgRural disse que, embora a produtividade esteja boa em grande parte do país, o tamanho da safra ainda não está definido em áreas que plantam mais tarde (Scott Olson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 16h10.
São Paulo - Os produtores de soja de algumas regiões do país, como os do Rio Grande do Sul e do Nordeste, começam o mês de fevereiro em estado de alerta diante do calor intenso, da seca e da previsão de chuvas escassas e irregulares para os próximos dias, disse a AgRural em relatório nesta segunda-feira.
"Vários dias de calor intenso e pouca chuva nos mapas de previsão acendem a luz amarela nesta reta final da safra brasileira de soja 2013/14", disse a consultoria.
A AgRural disse que, embora a produtividade esteja boa em grande parte do país, o tamanho da safra ainda não está definido em áreas que plantam mais tarde, como o Rio Grande do Sul, a região paranaense dos Campos Gerais e os Estados do Nordeste.
"Por isso, toda a atenção deve ficar voltada para esses pontos na primeira quinzena de fevereiro, quando a maior parte de suas lavouras estará nas fases decisivas para a definição da produtividade", disse a consultoria.
E a previsão climática não é animadora.
"Um bloqueio atmosférico impede o avanço das frentes frias chuvosas pelo Brasil, fazendo com que a maior parte das áreas produtoras passe por um prolongado período de tempo seco e quente", disse a Somar Meteorologia em relatório nesta segunda-feira.
Segundo a Somar, até 7 de fevereiro choverá forte somente sobre o oeste e norte de Mato Grosso, leste do Pará, norte do Tocantins e centro e norte dos Estados do Maranhão e do Piauí.
O tempo seco recente em algumas áreas não chegou a causar danos ao ponto de levar a consultoria alterar a sua estimativa mensal de safra para o Brasil, ainda mais porque em outras regiões, como o Mato Grosso, as produtividades têm sido bastante elevadas, compensando eventuais perdas em outros Estados.
A agência manteve a previsão de safra do Brasil em um recorde de 88,8 milhões de toneladas, mas fez um alerta.
"Não se descartam, contudo, reduções na revisão que será feita no final de fevereiro, caso a onda de calor continue combinada à irregularidade das chuvas." Segundo a AgRural, no Rio Grande do Sul (terceiro Estado produtor de soja do Brasil), as temperaturas continuam altas e não há previsão de chuva para os próximos dias.
"Na região de Ijuí, as pancadas de chuva não são suficientes para manter a umidade do solo. Em áreas onde não chove há 15 dias, já se começa a falar em perdas." No Nordeste, o Estado que mais preocupa é a Bahia, que já teve quebra por estiagem no ano passado, citou a consultoria.
"O fato é que desde dezembro não cai uma chuva forte e bem distribuída por lá. Por isso, a safra está sob ameaça, principalmente o terço que está em florescimento", disse em relatório.
Colheita na Médiz Histórica
A colheita de soja avançou na última semana no Brasil para 5,7 por cento da área estimada, conforme levantamento de outra consultoria, a Safras & Mercado, de acordo com dados recolhidos até 31 de janeiro.
Na semana anterior, o total colhido era de 2,9 por cento. Os trabalhos estão em ritmo mais lento frente ao ano passado para esta época (6,4 por cento), mas se mantêm acima da média para o período, de 3,8 por cento, disse a Safras em relatório.
A colheita está mais avançada em Goiás, com 11 por cento, contra 2,6 por cento em igual período do ano passado. No Mato Grosso, a área colhida chega a 9 por cento, contra 14 por cento do ano anterior. No Paraná, a colheita é de 8 por cento, contra 14 por cento do ano passado.