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"Simplificar impostos cortaria custos", diz presidente do Bradesco

Para Octavio de Lazari, reformas administrativa e tributária, além da independência do Banco Central, devem ser aprovadas em 2020

Octavio De Lazari: "A gente sabe que não dá para diminuir a carga tributária no Brasil porque temos um problema fiscal" (Victor J. Blue/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de fevereiro de 2020 às 09h18.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2020 às 09h18.

São Paulo — O presidente do Bradesco , Octavio de Lazari, afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo/Broadcast, que o País precisa tentar aprovar reformas possíveis em um cenário de eleições de 2020. "Sempre digo que o ótimo é inimigo do bom."

Apesar de não ter expectativa de uma redução da carga tributária — por causa da situação fiscal do País —, o executivo disse que a simplificação da estrutura de impostos já ajudaria o Brasil. "Reduzir o número de impostos tiraria um custo importante das empresas."

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Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Uma eventual desaceleração das reformas pode prejudicar o crescimento do país?

Nossa projeção para o PIB segue em 2,5% para 2020. Não vamos mexer por enquanto. A reforma da Previdência era a mais importante e passou. Pelo que tenho visto, apesar de termos calendário eleitoral, vamos conseguir andar com as reformas administrativa e tributária , além da independência do Banco Central.

E a qualidade das reformas?

Não serão reformas ótimas. Sempre digo que o ótimo é inimigo do bom. A gente sabe que não dá para diminuir a carga tributária no Brasil porque temos um problema fiscal. Precisamos diminuir o número de impostos e desburocratizar - e isso está na proposta do Baleia Rossi (MDB-SP) e do (economista) Bernardo Appy.

Qual seria o impacto dessa simplificação tributária para o país?

O Bradesco tem 372 funcionários no departamento de auditoria só para cuidar de impostos. Se for simplificado, poderia ter metade. Reduzir o número de impostos tiraria um custo importante das empresas.

Quais são as expectativas do banco em relação a resultados?

A gente sabe da pressão regulatória e que deverá ter novas mudanças. Mas, quando olho cada linha do balanço do banco crescendo, não é o que vejo. A Losango, financeira do HSBC, veio para ser fechada. Resolvemos esperar. Cortamos os funcionários pela metade e a empresa entregou R$ 300 milhões de lucro em 2019. No balanço, não há nenhum protagonista. O Bradesco dá resultados em várias linhas.

A melhora da economia ajuda?

Quando olho um PIB crescendo 1,2% e o fato de termos sido capazes de crescer 34% no crédito pessoal, 1% no imobiliário e mais de 20% em veículos, ocupamos espaço da concorrência. O time está preparado para capturar esse crescimento da economia brasileira. Nosso guidance pode ser audacioso? Pode. Um presidente de uma grande companhia tem de se desafiar o tempo todo porque, senão, a empresa não cresce.

E a rentabilidade? O banco quer recuperar o segundo lugar nesse quesito?

Não é uma obsessão, mas é o nosso objetivo lá na frente. É encurtar a distância para quaisquer outros concorrentes que estejam na nossa frente.

E as fintechs, podem atrapalhar o Bradesco?

Para nós, pode ter certeza que não é (um problema). Nós vamos crescer.

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