Setor de serviços cresce 1,0% em abril, acima do esperado
Segundo dados divulgados pelo IBGE, o setor teve queda de 5,6 por cento na comparação com o mesmo mês do ano anterior
Reuters
Publicado em 14 de junho de 2017 às 09h44.
Última atualização em 14 de junho de 2017 às 10h13.
O volume de serviços no Brasil iniciou o segundo trimestre com o melhor resultado em um ano e acima do esperado, em meio ao ambiente de inflação baixa e no mesmo movimento visto em outros importantes setores, como indústria e varejo.
Em abril, o volume de serviços registrou alta de 1 por cento na comparação com o mês anterior, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, leitura mais alta desde março de 2016 (+1,2 por cento) e bem melhor do que a expectativas em pesquisa da Reuters, de aumento de 0,4 por cento.
Em março, a queda foi de 2,6 por cento, em dados revisados pelo IBGE, quando havia interrompido quatro meses seguidos de altas ou de estabilidade.
Na comparação com abril de 2016, o setor contraiu 5,6 por cento, pior resultado abril na série, porém um pouco melhor do que a projeção de queda de 5,8 por cento.
"Basicamente, os serviços estão crescendo a reboque da indústria e da agropecuária", explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha. Segundo ele, o setor de transportes tem ligação com a produção agropecuária, que terá incremento de 30 por cento este ano.
Em abril, o segmento de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio cresceu 1 por cento, único resultado positivo entre as atividades na comparação mensal. Os segmentos de Serviços prestados às famílias e Serviços profissionais, administrativos e complementares ficaram estagnados.
O agregado especial das atividades turísticas, por sua vez, mostrou recuo de 2,0 por cento em comparação com março.
O setor de serviços vem sofrendo com o desemprego elevado, porém a inflação baixa dá algum alento, como aconteceu no setor de varejo que, em abril, registrou a maior alta em nove anos.
Abril também foi bom para a produção industrial, quando cresceu 0,6 por cento, muito melhor do que o esperado .
"Mas não podemos dizer que os serviços estão numa trajetória de recuperação consistente", afirmou o economista-sênior do banco de investimento Haitong, Flávio Serrano. "Estamos observando a economia parar de cair... Está se estabilizando para, num segundo momento, começar a se recuperar", acrescentou.