Economia

Semana começa mais tranqüila com resposta de Palocci

Em entrevista coletiva neste domingo de mais de 2 horas, o ministro da Fazenda respondeu a todas as perguntas dos jornalistas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h04.

A semana começa embalada com a resposta rápida do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, às acusações de recebimento de propina. Em uma entrevista coletiva que durou 2h20min neste domingo (21/8), Palocci negou as denúncias, disse que não renuncia mas que colocou o cargo à disposição, pois "ninguém é insubstituível". "Quero negar categoricamente todas essas acusações. Eu não recebi e não autorizei que ninguém recebesse recursos para o PT", disse.

Palocci mostrou a tranqüilidade e a segurança necessárias para acalmar o mercado financeiro que reagiu negativamente ao depoimento do advogado Rogério Buratti no Ministério Público Estadual na última sexta-feira. (Leia reportagem sobre o impacto à economia das denúncias contra Palocci).

Empresários

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, afirmou que o pronunciamento de Palocci "foi muito positiva e devolve tranqüilidade aos mercados". "Ele segue na condução da economia brasileira onde já se revelou um gestor competente", diz Monteiro Neto. "Acho que os fundamentos da economia e a fala [do ministro da Fazenda] já são suficientes para devovler a tranqüilidade ao mercado." O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, se disse satisfeito com a resposta de Palocci. "Se nenhuma prova concreta surgir, da minha parte eu entendo que o minisro deu os esclareciemntos necessários à sociedade", diz.

Lula

No programa de rádio Café com o Presidente, na manhã desta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse satisfeito com a entrevista de Palocci. Afirmou que ele "deu a resposta que o Brasil precisava", que "mostrou a segurança de uma pessoa inocente" e que deixou claro que "não vai permitir que a economia sofra" com a crise política. "Vamos tocar o barco", diz Lula, que reuniu-se, na noite de ontem, com ministros da área política para avaliar a repercussão da entrevista.

Política de governo
Para o economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos, Roberto Troster, a objetividade do ministro foi bastante positiva. O fato de ele ter se colocado à disposição da imprensa e da sociedade para prestar quaisquer esclarecimentos foi considerado fundamental pelo economista. "Ele fez muito bem. Primeiro, a política de transparência. Ele não se furtou de responder nenhuma pergunta. E segunda coisa importante, ele mostrou que essa é uma política acima das pessoas, uma política de governo." Em artigo, a consultoria Tendências afirma que "dado o amadurecimento institucional do país, é provável que a política econômica não seja alterada".

Um dos primeiros a exigir esclarecimentos de Palocci logo que as denúncias foram divulgadas na sexta-feira , o secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, se disse satisfeito com a entrevista coletiva. Berzoini afirmou que se todos apresentassem essa disposição a crise política não teria se agravado.

Nessa semana, a CPI dos Bingos vota o requerimento de convocação de Palocci. Na coletiva deste domingo, o ministro adiantou que está à disposição do Congresso Nacional e que, se for necessário, permite a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

Nem só elogios

O pronunciamento de Palocci, entretanto, não recebeu apenas elogios. O prefeito do Rio de Janeiro e candidato do PFL à sucessão presidencial, César Maia, criticou o ministro por dar "cobertura" a Rogério Buratti. Para o prefeito, Palocci buscou justificar a atitude do antigo assessor. Quando questionado se iria processar o advogado pelas calúnias, o ministro limitou-se a dizer que a assessoria jurídica estudará todas as possibilidades do que pode e deve ser feito.

O Ministério Público Estadual, responsável pelo depoimento de Buratti, também criticou o ministro por questionar a legalidade da divulgação das denúncias. Em nota à imprensa ainda na sexta-feira, Palocci havia afirmado: "A indiscrição de autoridades e o modo como foram dadas as declarações configuram total desrespeito a regras jurídicas e podem prejudicar o bom andamento das investigações". A procuradoria-geral do estado de São Paulo defendeu ontem, em entrevista coletiva, os promotores envolvidos no caso, argumentando que somente processos específicos devem ser julgados em segredo de justiça.

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