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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.
Criada há cinco anos para incentivar as exportações de pequenas e médias empresas, a Agência de Promoção de Exportações (Apex) mudou de nome e ganhou maior influência a partir da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rebatizada de Apex-Brasil, a agência, que até então operava sob o guarda-chuva do Sebrae, atua agora sob a coordenação do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O objetivo da mudança, anunciada pelo ministro Luiz Fernando Furlan em fevereiro, foi dar à Apex-Brasil maior agilidade para integrar no mesmo esforço todos os órgãos, entidades e sistemas de informação do governo, garantindo, assim, maior unidade à política de promoção comercial do país.
O objetivo da entidade está em linha com a promessa do governo de elevar as vendas externas este ano para 68 bilhões de dólares: diversificar e agregar valor à pauta de exportações e inserir maior número de pequenas e médias empresas nesse esforço. Empresas com menos de 500 funcionários são responsáveis por menos de um terço dos 60 bilhões de dólares acumulados pelas exportações brasileiras em 2002. No ano passado, só 100 produtos responderam por 80% das vendas externas do país.
Para levar adiante o projeto de adensar a base exportadora, o novo presidente da Apex, Juan Manuel Quirós, ex-diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, recorreu a uma metodologia que chama de inteligência comercial. O primeiro passo foi fazer um amplo levantamento do esforço exportador de cada estado da Federação, cruzando-o com informações obtidas no exterior sobre os mercados compradores. Com base no conhecimento gerado por esses dados, será possível orientar as empresas locais a atuarem de maneira mais eficaz lá fora. "Queremos transformar a Apex num instrumento de facilitação de negócios", diz Quirós. "Para isso, precisamos saber quem são os clientes e os concorrentes, a demanda do produto, as dificuldades logísticas e as barreiras que dificultam o acesso aos mercados externos."
Tome-se o exemplo de Goiás. Cerca de 73% de tudo o exporta vem de sua produção agro-pecuária. O principal cliente para seus produtos é a Alemanha. "No entanto, os alemães, que são grandes importadores de têxteis, perfumes, chocolates e medicamentos, não sabem que esses setores estão crescendo em Goiás", diz Quirós. O valor das exportações mundiais de confecções chega a 206 bilhões de dólares, mas a indústria goiana responde por vendas inferiores a 10 milhões de dólares. "Isso ilustra o imenso potencial que precisa ser explorado", afirma.
Desde o início de suas atividades, a Apex apoiou um total de 366 projetos de apoio à exportação de pequenas e médias empresas. As ações, que exigiram investimentos de 834 milhões de reais - 45% dos quais aportados pela agência -, envolvem mais de 8 000 empresas espalhadas por 500 municípios do país. Desse total, 25% estão localizados no Rio Grande do Sul.
Ao longo desse tempo, a agência ajudou a criar 70 marcas para setores variados da economia. Caso do Tastes of Brazil, para a indústria de alimentação, Brains - Brazilian Intelligence In Software - para um grupo de empresas de desenvolvimento de software e Cafés do Brasil, assim mesmo, no plural, para mostrar que aqui se produz uma variedade de grãos especiais ao contrário do Café de Colômbia, mundialmente conhecido no singular.
Neste ano, a Apex-Brasil vai apoiar um total de 233 eventos e feiras, 185 dos quais no exterior. A entidade trabalha com consórcios de empresas que se associam para ter um gerenciamento conjunto para exportação e reduzir os custos. Veja alguns dos resultados dos projetos apoiados nos últimos anos: