S&P não vê motivo para mudar rating do Brasil
São Paulo - As notas de crédito soberano do Brasil estão "bem ancoradas" e possíveis elevações precisariam ser baseadas em taxas estáveis de crescimento econômico, disse nesta terça-feira um analista da agência de classificação de risco Standard and Poor's. Sebastian Briozzo, diretor na S&P e analista para rating soberano do Brasil, afirmou que a agência […]
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2010 às 10h12.
São Paulo - As notas de crédito soberano do Brasil estão "bem ancoradas" e possíveis elevações precisariam ser baseadas em taxas estáveis de crescimento econômico, disse nesta terça-feira um analista da agência de classificação de risco Standard and Poor's.
Sebastian Briozzo, diretor na S&P e analista para rating soberano do Brasil, afirmou que a agência não vê fatores específicos que podem incentivar uma mudança imediata na perspectiva de rating do Brasil ou uma elevação da nota.
"Nesses níveis de rating, nós não estamos provocando mudanças de nota por nenhum fator específico", disse Briozzo em teleconferência.
"Quanto mais perto o governo e o país chegarem de atingir níveis mais altos de taxas de crescimento sustentável... Eu acho que seria importante para qualquer modificação de rating no futuro."
A S&P classifica o Brasil como "BBB-", a menor nota considerada nível de investimento, com uma perspectiva estável.
Briozzo disse que a forte entrada de capital ao Brasil será ofuscada, em certa medida, pela piora do equilíbrio de conta corrente do país. Dados recentes mostraram que o Brasil registrou no mês passado seu maior déficit em conta corrente em um mês de fevereiro desde 1947.
"Esse crescente déficit em conta corrente não é necessariamente uma história preocupante, porque a maior parte dele... seria financiado por IED (investimento estrangeiro direto)", acrescentou Briozzo.
"Então, em geral, nós não esperamos grandes movimentações na taxa de câmbio no futuro, nos próximos dois anos pelo menos."