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Risco de liquidez nos bancos teve pequena alta, diz BC

Apesar da alta, Banco Central avalia que risco continua baixo e a que a tendência daqui para frente seja de estabilidade

Caixa eletrônico de um banco: capacidade de solvência do sistema bancário permaneceu em patamar elevado no período (Divulgação/Bradesco)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 16h34.

Brasília - O risco de liquidez no sistema bancário brasileiro registrou "pequeno aumento" no semestre passado, embora tenha continuado baixo e a tendência daqui para frente seja de estabilidade, segundo o Banco Central .

Ao mesmo tempo, a capacidade de solvência do sistema permaneceu em patamar elevado no período, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do BC divulgado nesta quinta-feira, referente ao segundo semestre de 2013.

"Não há nada no horizonte que sugira que possamos ter mudança estrutural no risco de liquidez nos bancos", disse o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, a jornalistas.

Segundo o relatório, o índice de liquidez do sistema bancário foi reduzido para 1,52, ante 1,63, "por conta da diminuição dos ativos líquidos concomitantemente ao aumento do fluxo de caixa estressado".

Essa elevação ocorreu, conforme explicou o diretor, com a redução de ativos dos bancos em função da perda de valor dos títulos públicos detidos por eles em meio ao ciclo de alta da Selic. De abril para cá, a taxa básica de juros subiu 3,50 pontos percentuais, para o atual patamar de 10,75 por cento, para combater a inflação.

Também houve maior captação de depósitos à vista e de operações compromissadas, movimentos que aumentaram os passivos. A adesão dos bancos ao Refis (programa de parcelamento de dívida tributária) gerou desembolso, reduziu ativos e também contribuiu para o aumento do risco de liquidez.

"Há desafio grande em atravessarmos um momento de mudança como esse que vivemos. Isso traz volatilidade e mudanças em preços de ativos, esse é um semestre desafiador", afirmou Meirelles, referindo-se à atual política monetária norte-americana, que tem fortes impactos nos mercados internacionais.


Na véspera, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, informou que provavelmente encerrará seu programa de compra de ativos entre setembro e dezembro deste ano, podendo ainda dar início a um ciclo de elevação das taxas de juros seis meses após esses processo.

O diretor do BC comentou que o sistema financeiro brasileiro está preparado para suportar o momento de transição no cenário externo, voltando a dizer que a capacidade de solvência do sistema continua em patamar elevado.

O relatório mostra que, em simulações de testes de estresse, o sistema bancário brasileiro apresentou "adequada capacidade de suportar efeitos de choques" vindos de cenários macroeconômicos adversos, mudanças abruptas nas taxas de juros, de câmbio ou de inadimplência e ainda resistência a queda generalizada nos preços dos imóveis residenciais.

Em audiência no Senado Federal na última terça-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que a tendência é de "expansão moderada do crédito" no Brasil, de 13 por cento neste ano. Em 2013, o crédito avançou 14,6 por cento.

Tombini ressaltou ainda que a economia brasileira não deve ser avaliada como frágil e vulnerável à volatilidade dos mercados externos.

Em termos operacionais, segundo o relatório, a redução no crescimento nas operações de crédito foi mais forte no segundo semestre, aumentando a pressão sobre a rentabilidade do sistema.

A autoridade monetária informou ainda que o endividamento das famílias teve "leve aumento" no semestre passado, chegando a 45,5 por cento em dezembro, ante 44,8 por cento em junho de 2013, segundo o relatório da época.

De acordo com o BC, esse aumento está associado à maior participação do financiamento imobiliário, pois o endividamento nas demais modalidades tem apresentado leve redução. Meirelles, no entanto, voltou a afastar risco de bolha imobiliária no país.

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Brasília - O risco de liquidez no sistema bancário brasileiro registrou "pequeno aumento" no semestre passado, embora tenha continuado baixo e a tendência daqui para frente seja de estabilidade, segundo o Banco Central .

Ao mesmo tempo, a capacidade de solvência do sistema permaneceu em patamar elevado no período, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do BC divulgado nesta quinta-feira, referente ao segundo semestre de 2013.

"Não há nada no horizonte que sugira que possamos ter mudança estrutural no risco de liquidez nos bancos", disse o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, a jornalistas.

Segundo o relatório, o índice de liquidez do sistema bancário foi reduzido para 1,52, ante 1,63, "por conta da diminuição dos ativos líquidos concomitantemente ao aumento do fluxo de caixa estressado".

Essa elevação ocorreu, conforme explicou o diretor, com a redução de ativos dos bancos em função da perda de valor dos títulos públicos detidos por eles em meio ao ciclo de alta da Selic. De abril para cá, a taxa básica de juros subiu 3,50 pontos percentuais, para o atual patamar de 10,75 por cento, para combater a inflação.

Também houve maior captação de depósitos à vista e de operações compromissadas, movimentos que aumentaram os passivos. A adesão dos bancos ao Refis (programa de parcelamento de dívida tributária) gerou desembolso, reduziu ativos e também contribuiu para o aumento do risco de liquidez.

"Há desafio grande em atravessarmos um momento de mudança como esse que vivemos. Isso traz volatilidade e mudanças em preços de ativos, esse é um semestre desafiador", afirmou Meirelles, referindo-se à atual política monetária norte-americana, que tem fortes impactos nos mercados internacionais.


Na véspera, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, informou que provavelmente encerrará seu programa de compra de ativos entre setembro e dezembro deste ano, podendo ainda dar início a um ciclo de elevação das taxas de juros seis meses após esses processo.

O diretor do BC comentou que o sistema financeiro brasileiro está preparado para suportar o momento de transição no cenário externo, voltando a dizer que a capacidade de solvência do sistema continua em patamar elevado.

O relatório mostra que, em simulações de testes de estresse, o sistema bancário brasileiro apresentou "adequada capacidade de suportar efeitos de choques" vindos de cenários macroeconômicos adversos, mudanças abruptas nas taxas de juros, de câmbio ou de inadimplência e ainda resistência a queda generalizada nos preços dos imóveis residenciais.

Em audiência no Senado Federal na última terça-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que a tendência é de "expansão moderada do crédito" no Brasil, de 13 por cento neste ano. Em 2013, o crédito avançou 14,6 por cento.

Tombini ressaltou ainda que a economia brasileira não deve ser avaliada como frágil e vulnerável à volatilidade dos mercados externos.

Em termos operacionais, segundo o relatório, a redução no crescimento nas operações de crédito foi mais forte no segundo semestre, aumentando a pressão sobre a rentabilidade do sistema.

A autoridade monetária informou ainda que o endividamento das famílias teve "leve aumento" no semestre passado, chegando a 45,5 por cento em dezembro, ante 44,8 por cento em junho de 2013, segundo o relatório da época.

De acordo com o BC, esse aumento está associado à maior participação do financiamento imobiliário, pois o endividamento nas demais modalidades tem apresentado leve redução. Meirelles, no entanto, voltou a afastar risco de bolha imobiliária no país.

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