O risco Brasil caiu 5,17% na tarde desta terça-feira (1/4) e fechou, pela primeira vez desde 31 de maio do ano passado, abaixo dos mil pontos-base, cotado a 991 pontos. O dólar fechou o dia cotado a 3,31 reais, em baixa de 1,19% e a Bovespa subiu 2,82%, para 11.592. O C-Bond, principal título da dívida externa, subiu para 81% do valor de face, uma alta de 2,7%, o maior nível desde abril de 2002.

Para o economista Fábio Akira, do JPMorgan, banco que calcula o risco-país, a queda rompe uma barreira psicológica. Isso confirma a tendência do mercado em corrigir os exageros do ano passado , diz o analista. No custo prazo, afirma Akira, pesam a favor do Brasil a melhora dos indicadores econômicos, o controle da inflação e posições políticas do governo sintonizadas com o mercado.

Entre as informações favoráveis do dia, por exemplo, temos que o governo vai conseguir aprovar a emenda constitucional 192, que regulariza o sistema financeiro , diz Akira. A bancada do PT na Câmara dos Deputados fechou um acordo para votar a emenda nesta semana. A aprovação abre caminho para o projeto de autonomia do Banco Central.

Ao contrário das previsões pessimistas feitas há uma semana, a guerra não prejudicou a economia brasileira na percepção dos investidores. Ao contrário, tem servido para fortalecer a imagem do país como região à margem do conflito. Mantendo uma tendência iniciada no final do ano passado, os investidores deixam as bolsas americanas para investir em países emergentes mais seguros, como o Brasil.