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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h32.
A solução para o impasse enfrentado na reunião sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), na semana passada, foi adiar o debate. Segundo a declaração conjunta dos co-presidentes, o embaixador brasileiro Adhemar Bahadian e o americano Peter Allgeier, a reconvocação do Comitê de Negociações Comerciais (CNC) está programada para a primeira semana de março.
Na declaração, os co-presidentes afirmam que a tarefa de dar orientação aos negociadores da Alca para que eles possam efetivamente começar a trabalhar revelou-se muito complexa. A complexidade, na verdade, se explica pelo fato de os 34 países que já deveriam estar discutindo a implantação da Alca não concordarem com o que vão negociar.
O principal motivo para o imbróglio é a questão agrícola. O G-14, bloco liderado pelos Estados Unidos, que agrega México, Canadá e outros 11 países, se nega aceitar a proposta do Brasil de liberalização total do agronegócio.
Além disso, caminham lentamente os debates sobre forma de negociação - se bilateral ou para todo o bloco -, sobre propriedade intelectual e compras governamentais.
Em razão do impasse gerado pela inflexibilidade dos negociadores, Bahadian e Allgeier afirmaram que as delegações precisam de mais tempo para consultar nossas capitais e deliberar entre as delegações.
A reunião do CNC em Puebla (México) começou na segunda-feira (2/2) e encerrou-se na noite de sexta-feira (6/2). O objetivo do encontro dos representantes consistia na tomada de decisões que permitiriam a negociação comercial propriamente. As definições que o CNC deveria ter feito eram, aparentemente, burocráticas: o calendário de reuniões, o conjunto de regras e obrigações comuns aos países participantes, os procedimentos para a realização de acordos plurilaterais. Apesar disso, o impasse acabou se confirmando como o resultado de uma semana de trabalho.