Economia

Retração econômica derruba receita das micro e pequenas empresas

O aumento da taxa de desemprego, a queda de renda real dos paulistas e a conjuntura macroeconômica deprimida, em função dos juros elevados, estão derrubando os resultados das micro e pequenas empresas paulistanas. O faturamento real do setor caiu 14,2% e o nível de pessoal ocupado, 0,5% em maio deste ano, em relação a maio […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

O aumento da taxa de desemprego, a queda de renda real dos paulistas e a conjuntura macroeconômica deprimida, em função dos juros elevados, estão derrubando os resultados das micro e pequenas empresas paulistanas. O faturamento real do setor caiu 14,2% e o nível de pessoal ocupado, 0,5% em maio deste ano, em relação a maio do ano passado, segundo o Indicador Sebrae de Conjuntura.

Os gastos com salários também foram negativos:-11,8%. O setor de serviços teve o pior desempenho, com retração no faturamento real de -17,1%, seguido pelo comércio de (-16,9%) e pela indústria (-8,6%). O desempenho afetou também os gastos com salários, que também caíram: -12,6% na indústria, 12% no comércio e 10,4% em serviços.

"Para essas empresas o mês de maio foi muito fraco, nem o Dia das Mães, considerado o segundo Natal em termos de vem das, nem o fato de ter mais um dia útil salvou o mês", diz Marco Aurélio Bedê, gerente de pesquisas do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo).

Na avaliação do superintendente do Sebrae-SP, José Luiz Ricca, o Indicador Sebrae de Conjuntura do mês de maio confirma que as pequenas empresas não estão repassando para os preços e para os salários de seus funcionários as perdas provocadas pela inflação. "Se o Banco Central está demorando em baixar a taxa de juros para reaquecer a economia com medo dos repasses e da inflação do preços e salários, a pesquisa mostra que, no âmbito da pequena empresa, esse repasse inflacionário não está ocorrendo", diz Ricca.

Apesar do péssimo desempenho frente ao ano anterior, a atividade econômica dos pequenos negócios apresentou ligeira melhora em maio em relação ao mês de abril, mas o nível de pessoal ocupado em maio segue em queda frente ao mês anterior (-0,4%), o mesmo acontecendo com os gastos com salários em termos reais (-0,3%). O Indicador Sebrae de Conjuntura é realizado mensalmente pelo Sebrae-SP, em parceria com a Fundação Seade. São ouvidas 2,7 mil micro e pequenas empresas dos setores da indústria de transformação, comércio e serviços.

Na avaliação dos técnicos do Sebrae-SP, há previsão de recuperação um pouco acentuada apenas nos últimos três meses do ano, desde que haja uma queda contínua dos juros. Tende a favorecer também a habitual retomada de produção, concentrada no segundo semestre, por conta das encomendas para o período natalino.

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