Economia

Restituição do Imposto de Renda deve ser usada para dívidas

Consultor diz que, neste momento de crescimento baixo com inflação e juros em alta, é mais aconselhável pagar débitos contraídos em vez de fazer novas dívidas


	Cartão de crédito:  financiamentos com juros baixos e prazos longos representaram um convite para os compradores se endividarem sem necessariamente ter renda suficiente para quitar as operações de crédito
 (Divulgação)

Cartão de crédito:  financiamentos com juros baixos e prazos longos representaram um convite para os compradores se endividarem sem necessariamente ter renda suficiente para quitar as operações de crédito (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2013 às 17h25.

Brasília – Depositado ontem (15) na conta de 1,099 milhão de contribuintes, o terceiro lote de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física de 2013 injetou R$ 1,4 bilhão na economia. O dinheiro deve ser usado preferencialmente para quitar dívidas em vez de utilizado para compras.

De acordo com o consultor de varejo Alexandre Ayres, neste momento de crescimento baixo com inflação e juros em alta, é mais aconselhável o consumidor pagar débitos contraídos em vez de fazer novas dívidas. “O endividamento médio da população está em um nível preocupante. A inflação e os juros não estão convidativos para o consumidor fazer novos endividamentos”, diz o especialista.

O consultor destaca que o crescimento da economia brasileira, nos últimos anos, foi calcado principalmente no crédito para o consumo. Os financiamentos com juros baixos e prazos longos, ressalta Ayres, representaram um convite para os compradores se endividarem sem necessariamente ter renda suficiente para quitar as operações de crédito.

“Esse consumo não teve origem na renda direta do consumidor, mas em dinheiro injetado no mercado para pessoas que assumiram dívidas sem o planejamento financeiro necessário”, declarou. Segundo ele, no cenário atual de aumento dos juros, o risco de as dívidas fugirem do controle torna-se mais alto.

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