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Reservas internacionais do Brasil são as maiores desde junho de 1998

Nesta quinta-feira (17/8), reservas brasileiras atingiram 70,188 bilhões de dólares, segundo o Banco Central

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.

As reservas brasileiras fecharam esta quinta-feira (17/8) em 70,188 bilhões de dólares, de acordo com o Banco Central (BC). Esse é o maior patamar alcançado pelo Brasil desde o final de junho de 1998, quando as reservas bateram em 70,898 bilhões. A expansão dos recursos em moeda estrangeira é importante para reduzir a vulnerabilidade do país a eventuais choques internacionais. As reservas internacionais também são um importante parâmetro para a análise de risco por parte das agências internacionais de classificação, no momento em que o Brasil persegue a elevação de sua nota para grau de investimento.

Os economistas elogiaram o avanço, mas destacam que ainda há muito a ser feito. "Romper a barreira dos 70 bilhões de dólares é muito mais uma conquista simbólica", afirma Sandra Utsumi, economista-chefe do Banco Espiríto Santo Securities. O motivo é que, na comparação com outros emergentes, também nesse quesito, o Brasil está bastante atrás. A China, por exemplo, atingiu em junho, o patamar de 900 bilhões de dólares. Apontada por vários analistas internacionais como uma das principais dúvidas dos Bric - grupo de países composto por Brasil, Rússia, Índia e China -, a Rússia acumula 250 bilhões de dólares em reservas, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.

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O programa de recomposição das reservas brasileiras começou em dezembro de 2004, quando o governo dispunha de aproximadamente 53 bilhões de dólares. Desde então, o BC vem comprando dólares no mercado, aproveitando o câmbio favorável. As ações da autoridade monetária servem, também, para impedir que o real se valorize ainda mais.

O que mais preocupa os economistas, agora, é o chamado custo de carregamento das reservas - a diferença entre o rendimento que o governo obtém, investindo seus dólares em aplicações no exterior, e os juros que paga pelos títulos emitidos no mercado interno, com os quais levanta recursos para comprar os dólares. No exterior, as aplicações rendem, em média, 5% ao ano. A maior parte da dívida interna brasileira - 46,95%, segundo os dados de julho - é remunerada pela taxa básica de juros (Selic), hoje em 14,75% ao ano.

Apesar dos altos custos para recompor as reservas, os economistas acreditam que o governo continuará atuando. "Enquanto o custo de carregamento for justificável, o BC seguirá comprando dólares", diz Sandra, do BES Securities. Entre os analistas de mercado, a expectativa é de que o país pode encerrar o ano com até 75 bilhões de dólares em reservas.

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