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Repsol enfrentará empresa que investir na YPF argentina

"Nós nos reservamos o direito de empreender ações legais contra qualquer investimento na YPF ou em seus ativos ilegalmente expropriados da Repsol"

Alegando uma falta de investimento na Argentina por parte da petroleira espanhola, o governo de Cristina Kirchner anunciou na segunda-feira passada a renacionalização da YPF (Dominique Faget/AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2012 às 16h58.

Madri - O grupo petroleiro espanhol Repsol processará qualquer empresa que aproveitar a expropriação da YPF para investir em sua filial argentina, anunciou um porta-voz da companhia nesta segunda-feira, em um momento no qual o governo argentino prevê reunir-se com várias petroleiras estrangeiras.

"Nós nos reservamos o direito de empreender ações legais contra qualquer investimento na YPF ou em seus ativos ilegalmente expropriados da Repsol", declarou à AFP o porta-voz da Repsol Kristian Rix.

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O ministro do Planejamento argentino, Julio De Vido, viajou ao Brasil na semana passada para reunir-se com representantes da Petrobras em busca de investimentos na YPF, cuja expropriação de 51%, proveniente do pacote da espanhola Repsol, será debatido na quarta-feira no Congresso.

Esta semana, De Vido e o vice-ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, têm na agenda reuniões com diretores das petroleiras americanas Chevron, Exxon e Conoco Phillips, além da canadense Talismã, entre outras, informou a entidade governamental que controla temporariamente a YPF, citada pela agência Télam.

A Repsol estimou em 25 bilhões de dólares anuais durante uma década o investimento necessário para desenvolver a megajazida de Vaca Muerta, situada na província argentina de Neuquén.

A jazida foi classificada pela petroleira como uma das "maiores reservas de hidrocarbonetos não convencionais e com melhor qualidade do mundo", com reservas estimadas em 22,8 bilhões de barris de petróleo.

Alegando uma falta de investimento na Argentina por parte da petroleira espanhola, o governo de Cristina Kirchner anunciou na segunda-feira passada a renacionalização da YPF, após sua privatização em 1999.

O presidente do grupo espanhol, Antonio Brufau, anunciou que a empresa exigirá "uma compensação através da arbitragem internacional" que deverá "ser no mínimo igual" ao valor de sua participação na YPF, estimada em 10,5 bilhões de dólares.

Kicillof colocou em dúvida esta estimativa e acusou a Repsol de ocultar 9 bilhões de dólares em dívidas da YPF.

A decisão abalou as relações com a Espanha, cujo governo anunciou uma limitação da importação de biodiesel argentino, produto no qual a Argentina é um dos maiores provedores do mundo.

De acordo com dados do Instituto Espanhol de Comércio, em 2011 a Espanha importou biodiesel argentino no valor de 706 milhões de euros (926 milhões de dólares).

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