Amazônia: comunidade internacional pressiona Brasil por medidas contra o desmatamento na região (Nacho Doce/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de outubro de 2019 às 19h01.
Última atualização em 7 de outubro de 2019 às 19h35.
O Parlamento do Reino Unido começou a analisar nesta segunda-feira, 7 de outubro, uma petição que pede que a União Europeia (UE) e a Organização das Nações Unidas (ONU) apliquem sanções ao Brasil, como forma de pressionar o País a tomar medidas efetivas para conter a alta dos desmatamentos na Amazônia.
"O governo do Brasil, liderado por Jair Bolsonaro, favorece o desenvolvimento da floresta amazônica em detrimento de sua conservação", diz a petição. "O desmatamento ameaça as populações indígenas que vivem na floresta, a perda de um ecossistema precioso e complexo e uma reserva vital de carbono que retarda o aquecimento global", completa o documento. Para os autores da petição, "o desmatamento da Amazônia é de importância global".
O fórum de petições do Parlamento britânico traz a resposta oficial do governo local ao pedido apresentado. "O Reino Unido compartilha das preocupações sobre o desmatamento na Amazônia. O governo acredita que essas questões podem ser tratadas de maneira mais eficaz, por meio do diálogo e de nossos programas bilaterais", informa o legislativo do país.
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a floresta amazônica "permanece praticamente intocada" e que, segundo ele, é uma falácia atribuir à Amazônia a condição de patrimônio da humanidade.
Na mesma oportunidade, o presidente Bolsonaro criticou a aplicação de sanções ao Brasil por questões relacionadas à preservação da floresta tropical. "Um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista", disse, na ONU. "Um líder presente no encontro do G7 questionou nossa soberania e ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil sem sequer nos ouvir", completou, em seu discurso.
A frase foi entendida como uma crítica ao presidente da França, Emmanuel Macron, com quem Bolsonaro teve uma série de embates e divergências por conta da preservação da Amazônia.