Região Sul tem 76% das famílias endividadas, diz pesquisa
O dado consta do Perfil Regional de Endividamento e Inadimplência 2013, divulgado hoje (4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 16h45.
Rio de Janeiro - A Região Sul concentrou o maior número de famílias endividadas no ano passado (76%), contra uma média nacional de 62,5%.
O dado consta do Perfil Regional de Endividamento e Inadimplência 2013, divulgado hoje (4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O estudo foi elaborado com base na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da entidade, de periodicidade mensal.
A economista Marianne Hanson, da CNC, disse à Agência Brasil que o Sul vem registrando um crescimento acentuado das concessões de crédito, com base em dados do Banco Central para operações acima de R$ 1 mil.
Marianne destacou que, além de a Região Sul ter mais famílias declarando endividamento, essas famílias demonstram um pessimismo maior em relação à quitação de suas dívidas, em comparação às demais regiões do Brasil.
Em torno de 8,8% das famílias sulistas se declararam sem condições de pagar contas em atraso. No Brasil, esse percentual caiu de 7,1%, em 2012, para 6,9%, no ano passado.
“A Região Sul não é a região com maior índice de inadimplência, mas tem o maior índice de famílias que estão inadimplentes e dizem que vão continuar inadimplentes. Elas têm uma perspectiva pouco favorável em relação à sua capacidade de pagamento”.
Segundo a economista, o endividamento maior na Região Sul não está ligado a uma taxa de inadimplência alta, mas está levando as famílias a ficarem mais pessimistas em termos de sua capacidade de pagamento.
A Região Sudeste mostrou o menor percentual de endividados, 56,3%, e também a menor taxa de inadimplentes (18,8%). “Não só tem um número menor de famílias endividadas, como tem uma menor proporção de famílias com conta em atraso”.
Marianne Hanson esclareceu que isso tem muito a ver com a parcela da renda comprometida com o pagamento mensal de dívidas, em torno de 27,8% no Sudeste, contra uma média no Brasil de 30,2%.
“As regiões que têm um maior comprometimento mensal com dívidas são regiões que também têm percentuais de famílias inadimplentes mais elevados que a média nacional”.
O Centro-Oeste lidera o ranking nacional com o maior número de modalidades de dívidas. Nessa região, observou-se a maior proporção de famílias com financiamento de casa (9,3%) e de carro (23,3%).
“Há um perfil mais heterogêneo de dívidas e as famílias estão endividadas em muitas modalidades”.
Por conta disso, a parcela de comprometimento da renda é mais alto (31,7%), acima da média nacional (30,2%). Contribuem para isso as dívidas com cheque especial (14%) e com crédito pessoal (10,3%), citou a economista.
A modalidade de dívida mais citada pelas famílias de todas as regiões foi o cartão de crédito (76,4%), com ênfase para o Nordeste (81,7%). Marianne salientou que desde 2010, o cartão de crédito vem sendo apontado pelas famílias, a cada ano, como o principal tipo de dívida.
A segunda modalidade de endividamento mais citada em 2013 foram os carnês, com média no Brasil de 16,9%.
O Norte foi a região que concentrou o maior percentual de dívidas por carnês (45,8%).
A economista da CNC disse que o alongamento do prazo de pagamento permitiu que as famílias acomodassem suas dívidas sem aumentar muito o comprometimento médio com o endividamento. “Isso ajuda a manter a inadimplência em patamar baixo”.
Na Região Sudeste, o tempo de comprometimento médio com dívida por mais de um ano atingiu, em dezembro do ano passado, 31,3% das famílias, sendo mais elevado no Centro-Oeste, no mesmo prazo.
“Como tem uma proporção grande de famílias com financiamento de casa e de carro nessa região, a gente tem 43,9% das famílias comprometidas com dívidas por mais de um ano. Por isso, tem um tempo médio de comprometimento maior [7,7 meses]”.
A Região Norte, por sua vez, deteve o maior percentual de famílias inadimplentes (25,9% do total).
A média nacional de famílias com dívidas ou contas em atraso foi 21,2%, o que significa queda de 0,2 ponto percentual em relação a 2012, quando a taxa atingiu 21,4%. Em 2010, o percentual de inadimplentes no Brasil foi 25%.
Rio de Janeiro - A Região Sul concentrou o maior número de famílias endividadas no ano passado (76%), contra uma média nacional de 62,5%.
O dado consta do Perfil Regional de Endividamento e Inadimplência 2013, divulgado hoje (4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O estudo foi elaborado com base na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da entidade, de periodicidade mensal.
A economista Marianne Hanson, da CNC, disse à Agência Brasil que o Sul vem registrando um crescimento acentuado das concessões de crédito, com base em dados do Banco Central para operações acima de R$ 1 mil.
Marianne destacou que, além de a Região Sul ter mais famílias declarando endividamento, essas famílias demonstram um pessimismo maior em relação à quitação de suas dívidas, em comparação às demais regiões do Brasil.
Em torno de 8,8% das famílias sulistas se declararam sem condições de pagar contas em atraso. No Brasil, esse percentual caiu de 7,1%, em 2012, para 6,9%, no ano passado.
“A Região Sul não é a região com maior índice de inadimplência, mas tem o maior índice de famílias que estão inadimplentes e dizem que vão continuar inadimplentes. Elas têm uma perspectiva pouco favorável em relação à sua capacidade de pagamento”.
Segundo a economista, o endividamento maior na Região Sul não está ligado a uma taxa de inadimplência alta, mas está levando as famílias a ficarem mais pessimistas em termos de sua capacidade de pagamento.
A Região Sudeste mostrou o menor percentual de endividados, 56,3%, e também a menor taxa de inadimplentes (18,8%). “Não só tem um número menor de famílias endividadas, como tem uma menor proporção de famílias com conta em atraso”.
Marianne Hanson esclareceu que isso tem muito a ver com a parcela da renda comprometida com o pagamento mensal de dívidas, em torno de 27,8% no Sudeste, contra uma média no Brasil de 30,2%.
“As regiões que têm um maior comprometimento mensal com dívidas são regiões que também têm percentuais de famílias inadimplentes mais elevados que a média nacional”.
O Centro-Oeste lidera o ranking nacional com o maior número de modalidades de dívidas. Nessa região, observou-se a maior proporção de famílias com financiamento de casa (9,3%) e de carro (23,3%).
“Há um perfil mais heterogêneo de dívidas e as famílias estão endividadas em muitas modalidades”.
Por conta disso, a parcela de comprometimento da renda é mais alto (31,7%), acima da média nacional (30,2%). Contribuem para isso as dívidas com cheque especial (14%) e com crédito pessoal (10,3%), citou a economista.
A modalidade de dívida mais citada pelas famílias de todas as regiões foi o cartão de crédito (76,4%), com ênfase para o Nordeste (81,7%). Marianne salientou que desde 2010, o cartão de crédito vem sendo apontado pelas famílias, a cada ano, como o principal tipo de dívida.
A segunda modalidade de endividamento mais citada em 2013 foram os carnês, com média no Brasil de 16,9%.
O Norte foi a região que concentrou o maior percentual de dívidas por carnês (45,8%).
A economista da CNC disse que o alongamento do prazo de pagamento permitiu que as famílias acomodassem suas dívidas sem aumentar muito o comprometimento médio com o endividamento. “Isso ajuda a manter a inadimplência em patamar baixo”.
Na Região Sudeste, o tempo de comprometimento médio com dívida por mais de um ano atingiu, em dezembro do ano passado, 31,3% das famílias, sendo mais elevado no Centro-Oeste, no mesmo prazo.
“Como tem uma proporção grande de famílias com financiamento de casa e de carro nessa região, a gente tem 43,9% das famílias comprometidas com dívidas por mais de um ano. Por isso, tem um tempo médio de comprometimento maior [7,7 meses]”.
A Região Norte, por sua vez, deteve o maior percentual de famílias inadimplentes (25,9% do total).
A média nacional de famílias com dívidas ou contas em atraso foi 21,2%, o que significa queda de 0,2 ponto percentual em relação a 2012, quando a taxa atingiu 21,4%. Em 2010, o percentual de inadimplentes no Brasil foi 25%.