Reforma orçamentária poderia melhorar gastos de R$ 200 bi
Para especialista, uma mudança no processo orçamentário poderia ajudar nas contas públicas. Veja as sugestões do economista.
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2015 às 15h56.
Ao tornar a previsão de receitas mais realista e os gastos mais transparentes, uma reforma do processo orçamentário ajudaria numa reforma fiscal mais ampla, incluindo mudanças nas regras da Previdência e no sistema tributário, afirmou nesta semana, o economista Marcos Mendes, da consultoria legislativa do Senado. Nos cálculos de Mendes, uma reforma do processo orçamentário teria flexibilidade para atuar sobre cerca de R$ 200 bilhões do orçamento.
Segundo o economista, 80% do Orçamento federal é rígido, 6% são "semirrígidos" e 14%, realmente gerenciáveis. "Vinte por cento do orçamento são R$ 200 bilhões, então é muito dinheiro", afirmou Mendes, em seminário sobre contas públicas, organizado pela Fundação Getulio Vargas ( FGV ), no Rio. "O argumento de que não precisa fazer reforma orçamentária porque o orçamento é rígido é errado", completou.
Entre as reformas sugeridas por Mendes está montar um "banco de projetos" de investimento, rubrica normalmente atingida pelo corte de gastos em períodos de ajuste fiscal. "É preciso melhorar a qualidade do investimento público. A gente não só investe pouco como investe mal", disse Mendes.
O banco seria formado por projetos enviados de vários ministérios. Um grupo responsável faria uma peneira inicial para escolher quais investimentos mereceriam ter elaborados o projeto executivo, que é mais caro, e o licenciamento ambiental. Daí, só entrariam no orçamento os projetos vindos do banco.
Outra reforma importante para melhorar a qualidade do investimento público seria adotar orçamentos plurianuais. Também palestrante do seminário, Ronald Downes, vice-diretor da Divisão de Orçamento e Despesas Públicas da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico ( OCDE ), defendeu os orçamentos plurianuais como um instrumento importante da consolidação fiscal implementada nos países desenvolvidos após a crise de 2008.
Para Mendes, a maior qualidade do investimento público e uma estimativa mais exata das receitas públicas permitiria reduzir os valores inscritos como "restos a pagar". "Temos uma bola de neve de restos a pagar", afirmou Mendes, após citar que os "restos a pagar" chegaram a 3,58% do PIB em 2014.
O consultor do Senado defendeu ainda a criação de um sistema de avaliação de despesas, que poderia ficar a cargo de uma agência ou órgão independente para propor o Orçamento ao governo - outro proposta citada por Downes em sua palestra. Para Mendes, um sistema de avaliação impediria a aprovação de gastos com programas considerados ruins por ele, como o Fies, de financiamento à educação superior, e a desoneração da folha de pagamentos.
Ao tornar a previsão de receitas mais realista e os gastos mais transparentes, uma reforma do processo orçamentário ajudaria numa reforma fiscal mais ampla, incluindo mudanças nas regras da Previdência e no sistema tributário, afirmou nesta semana, o economista Marcos Mendes, da consultoria legislativa do Senado. Nos cálculos de Mendes, uma reforma do processo orçamentário teria flexibilidade para atuar sobre cerca de R$ 200 bilhões do orçamento.
Segundo o economista, 80% do Orçamento federal é rígido, 6% são "semirrígidos" e 14%, realmente gerenciáveis. "Vinte por cento do orçamento são R$ 200 bilhões, então é muito dinheiro", afirmou Mendes, em seminário sobre contas públicas, organizado pela Fundação Getulio Vargas ( FGV ), no Rio. "O argumento de que não precisa fazer reforma orçamentária porque o orçamento é rígido é errado", completou.
Entre as reformas sugeridas por Mendes está montar um "banco de projetos" de investimento, rubrica normalmente atingida pelo corte de gastos em períodos de ajuste fiscal. "É preciso melhorar a qualidade do investimento público. A gente não só investe pouco como investe mal", disse Mendes.
O banco seria formado por projetos enviados de vários ministérios. Um grupo responsável faria uma peneira inicial para escolher quais investimentos mereceriam ter elaborados o projeto executivo, que é mais caro, e o licenciamento ambiental. Daí, só entrariam no orçamento os projetos vindos do banco.
Outra reforma importante para melhorar a qualidade do investimento público seria adotar orçamentos plurianuais. Também palestrante do seminário, Ronald Downes, vice-diretor da Divisão de Orçamento e Despesas Públicas da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico ( OCDE ), defendeu os orçamentos plurianuais como um instrumento importante da consolidação fiscal implementada nos países desenvolvidos após a crise de 2008.
Para Mendes, a maior qualidade do investimento público e uma estimativa mais exata das receitas públicas permitiria reduzir os valores inscritos como "restos a pagar". "Temos uma bola de neve de restos a pagar", afirmou Mendes, após citar que os "restos a pagar" chegaram a 3,58% do PIB em 2014.
O consultor do Senado defendeu ainda a criação de um sistema de avaliação de despesas, que poderia ficar a cargo de uma agência ou órgão independente para propor o Orçamento ao governo - outro proposta citada por Downes em sua palestra. Para Mendes, um sistema de avaliação impediria a aprovação de gastos com programas considerados ruins por ele, como o Fies, de financiamento à educação superior, e a desoneração da folha de pagamentos.