A redução do IPI para carros foi vista com ressalva por especialistas e empresários. Apesar dos esforços do governo, essa medida acaba com apenas uma parte dos estoques acumulados e não resolve o problema, analisa a diretora da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Clarice Messer.

Para a economista, o setor vive um momento muito delicado. O custo do crédito ainda é muito caro e o consumidor está cada dia perdendo poder aquisitivo. Essa crise, segundo ela, não atinge somente o setor automotivo, mas toda a indústria. Desde maio deste ano tem se observado uma generalização nos excessos de estoques , afirmou.

Segundo a diretora, duas medidas devem ser tomadas de forma emergencial para reverter a crise no setor industrial: a aceleração da queda nos juros e a redução das alíquotas de depósitos compulsórios dos bancos. Com essas medidas, explicou, criaria estímulos para ativação principalmente das indústrias de bens duráveis e semi-duráveis.

O vice-presidente da General Motors do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, disse que o incentivo é muito importante para alavancar as vendas. "Agora, que já estão claramente definidas as regras do jogo, contidas no acordo que irá prevalecer até novembro próximo, o consumidor terá a oportunidade de comprar o carro que deseja", disse. Segundo ele, a expectativa gerada em torno da apresentação de um pacote de medidas emergenciais causaram retração nas vendas.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, o deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), apoiou a desição do governo. Medidas como esta permitem a reativação da economia, principalmente em setores tão importantes como da indústria automobilística, que tem impacto em toda atividade industrial , defendeu Monteiro Neto. As informações são da Agência Brasil.

Para o departamento de análises do Banco Bradesco, a redução do IPI dos automóveis não garante a recuperação da indústria automobilística, "embora algum alento nas vendas deverá ser verificado".