Recessão se agrava na Eurozona e arrasta Alemanha
O PIB do bloco apresentou uma queda de 0,6% no período
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 12h52.
Bruxelas - A recessão da Eurozona se agravou no quarto trimestre de 2012, com uma queda de 0,6% de seu PIB em relação ao anterior, e arrastou a Alemanha, a economia mais rica e dinâmica do bloco, que, pela primeira vez no ano, registrou uma contração (também de 0,6%).
Os dados da Eurozona são muito piores que a previsão média dos analistas, de uma contração de 0,4%.
A queda do PIB da Alemanha e da França (-0,3%, as duas maiores economias do grupo), coloca em xeque as expectativas de recuperação nos primeiros meses deste ano, após a aplicação dos duros cortes adotados para enfrentar a crise da dívida.
Na Itália - terceira economia da união monetária - a queda foi de 0,9% (-0,2% no terceiro trimestre) e na Espanha - a quarta - chegou a -0,7% (-0,3% nos três meses anteriores), indicou o escritório de estatísticas europeu Eurostat.
Se for comparado com o mesmo período do ano anterior, a Espanha, com um desemprego que atinge mais de um quarto de sua população economicamente ativa, registrou uma contração de sua economia de 1,8%.
Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de recessão na Eurozona, formada por 17 dos 27 países da União Europeia, UE. O primeiro trimestre terminou com um crescimento nulo e os três seguintes com contrações de 0,2%, 0,1% e 0,6%, respectivamente.
Os economistas definem a recessão como dois trimestres consecutivos de contração do PIB.
Estamos "diante de um panorama bastante sombrio da situação da Eurozona", opinou Jonathan Loynes, da Capital Economics.
Entre as principais economias da Eurozona "não apenas 'os suspeitos de sempre', Espanha e Itália, registraram um crescimento negativo, mas Alemanha, França e Holanda também tiveram uma contração de seu PIB" no quarto trimestre, advertiu Peter Vanden Houte, da Global Economics.
A Alemanha foi perdendo dinamismo ao longo de todo o ano passado devido ao freio nas exportações, seu principal motor, provocado pela desaceleração econômica geral.
E também tiveram crescimento negativo outros países considerados entre os mais solventes, como Holanda (-0,2%) e Áustria (-0,2%).
O PIB de Portugal, um dos países mais atingidos pela crise da dívida, teve uma queda trimestral de 1,8%, o dobro em relação ao trimestre anterior (-0,9%).
Em termos interanuais (comparados com o mesmo período do ano anterior), no quarto trimestre de 2012 a economia da Eurozona se contraiu 0,9%, disse a Eurostat, com base em dados corrigidos por variações sazonais.
No conjunto dos países da União Europeia, o PIB do último trimestre caiu 0,5% em relação ao anterior, quando havia crescido 0,1%. Em termos interanuais, baixou 0,6%.
O PIB da Grã-Bretanha (um dos dez países da UE que não pertencem à Eurozona) retrocedeu 0,3%, desmentindo as esperanças geradas pelo aumento no terceiro trimestre, quando esta economia saiu da recessão com um crescimento de 0,9%.
Os líderes europeus se mostraram otimistas recentemente, ao afirmar que os piores sintomas da crise já passaram, devido às garantias do Banco Central Europeu (BCE) de que fará o que for preciso para salvar o euro e a proposta de União Bancária do Conselho Europeu de junho passado.
No entanto, as economias mais fortes do bloco foram arrastadas pela prolongada crise, colocando em dúvida que os países possam cumprir com seus compromissos de reduzir o déficit público.
França e Espanha figuram entre os principais interessados em obter certa flexibilidade de Bruxelas diante da constante deterioração de suas economias.
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, advertiu na quarta-feira que seu país não alcançará "exatamente os 3%" de déficit em 2013, como estava previsto.
A França apostava em 0,3% de crescimento em 2012 para reduzir o déficit público a 4,5% do PIB e a 3% em 2013. Mas terminou o ano com um retrocesso de 0,3%, trimestral e interanual.
A Espanha, pressionada pela União Europeia e pelos mercados, lançou um amplo programa de austeridade para sanear seu déficit público, que alcançou 9,4% do PIB em 2011.
Mas, no contexto atual, também terá dificuldades para cumprir com a meta de déficit de 4,5% do PIB pautada para este ano e de 3% em 2014.
O agravamento da crise na Espanha afasta os prognósticos do governo conservador de Mariano Rajoy de uma melhora no crescimento em 2013. O país já está há cinco trimestres consecutivos de contração econômica, que levou cerca de 6 milhões de pessoas ao desemprego (26,02% da população economicamente ativa).
Segundo as autoridades gregas, o PIB da Grécia caiu 6% no quarto trimestre de 2012 em relação ao mesmo período em 2011. No entanto, o retrocesso foi menor em todos os trimestres anteriores.
O país - também sob programa de ajustes e cortes em troca de uma ajuda financeira internacional - acumula 18 trimestres consecutivos de recessão e o desemprego disparou a 27% da população economicamente ativa.
*Matéria atualizada às 13h52
Bruxelas - A recessão da Eurozona se agravou no quarto trimestre de 2012, com uma queda de 0,6% de seu PIB em relação ao anterior, e arrastou a Alemanha, a economia mais rica e dinâmica do bloco, que, pela primeira vez no ano, registrou uma contração (também de 0,6%).
Os dados da Eurozona são muito piores que a previsão média dos analistas, de uma contração de 0,4%.
A queda do PIB da Alemanha e da França (-0,3%, as duas maiores economias do grupo), coloca em xeque as expectativas de recuperação nos primeiros meses deste ano, após a aplicação dos duros cortes adotados para enfrentar a crise da dívida.
Na Itália - terceira economia da união monetária - a queda foi de 0,9% (-0,2% no terceiro trimestre) e na Espanha - a quarta - chegou a -0,7% (-0,3% nos três meses anteriores), indicou o escritório de estatísticas europeu Eurostat.
Se for comparado com o mesmo período do ano anterior, a Espanha, com um desemprego que atinge mais de um quarto de sua população economicamente ativa, registrou uma contração de sua economia de 1,8%.
Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de recessão na Eurozona, formada por 17 dos 27 países da União Europeia, UE. O primeiro trimestre terminou com um crescimento nulo e os três seguintes com contrações de 0,2%, 0,1% e 0,6%, respectivamente.
Os economistas definem a recessão como dois trimestres consecutivos de contração do PIB.
Estamos "diante de um panorama bastante sombrio da situação da Eurozona", opinou Jonathan Loynes, da Capital Economics.
Entre as principais economias da Eurozona "não apenas 'os suspeitos de sempre', Espanha e Itália, registraram um crescimento negativo, mas Alemanha, França e Holanda também tiveram uma contração de seu PIB" no quarto trimestre, advertiu Peter Vanden Houte, da Global Economics.
A Alemanha foi perdendo dinamismo ao longo de todo o ano passado devido ao freio nas exportações, seu principal motor, provocado pela desaceleração econômica geral.
E também tiveram crescimento negativo outros países considerados entre os mais solventes, como Holanda (-0,2%) e Áustria (-0,2%).
O PIB de Portugal, um dos países mais atingidos pela crise da dívida, teve uma queda trimestral de 1,8%, o dobro em relação ao trimestre anterior (-0,9%).
Em termos interanuais (comparados com o mesmo período do ano anterior), no quarto trimestre de 2012 a economia da Eurozona se contraiu 0,9%, disse a Eurostat, com base em dados corrigidos por variações sazonais.
No conjunto dos países da União Europeia, o PIB do último trimestre caiu 0,5% em relação ao anterior, quando havia crescido 0,1%. Em termos interanuais, baixou 0,6%.
O PIB da Grã-Bretanha (um dos dez países da UE que não pertencem à Eurozona) retrocedeu 0,3%, desmentindo as esperanças geradas pelo aumento no terceiro trimestre, quando esta economia saiu da recessão com um crescimento de 0,9%.
Os líderes europeus se mostraram otimistas recentemente, ao afirmar que os piores sintomas da crise já passaram, devido às garantias do Banco Central Europeu (BCE) de que fará o que for preciso para salvar o euro e a proposta de União Bancária do Conselho Europeu de junho passado.
No entanto, as economias mais fortes do bloco foram arrastadas pela prolongada crise, colocando em dúvida que os países possam cumprir com seus compromissos de reduzir o déficit público.
França e Espanha figuram entre os principais interessados em obter certa flexibilidade de Bruxelas diante da constante deterioração de suas economias.
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, advertiu na quarta-feira que seu país não alcançará "exatamente os 3%" de déficit em 2013, como estava previsto.
A França apostava em 0,3% de crescimento em 2012 para reduzir o déficit público a 4,5% do PIB e a 3% em 2013. Mas terminou o ano com um retrocesso de 0,3%, trimestral e interanual.
A Espanha, pressionada pela União Europeia e pelos mercados, lançou um amplo programa de austeridade para sanear seu déficit público, que alcançou 9,4% do PIB em 2011.
Mas, no contexto atual, também terá dificuldades para cumprir com a meta de déficit de 4,5% do PIB pautada para este ano e de 3% em 2014.
O agravamento da crise na Espanha afasta os prognósticos do governo conservador de Mariano Rajoy de uma melhora no crescimento em 2013. O país já está há cinco trimestres consecutivos de contração econômica, que levou cerca de 6 milhões de pessoas ao desemprego (26,02% da população economicamente ativa).
Segundo as autoridades gregas, o PIB da Grécia caiu 6% no quarto trimestre de 2012 em relação ao mesmo período em 2011. No entanto, o retrocesso foi menor em todos os trimestres anteriores.
O país - também sob programa de ajustes e cortes em troca de uma ajuda financeira internacional - acumula 18 trimestres consecutivos de recessão e o desemprego disparou a 27% da população economicamente ativa.
*Matéria atualizada às 13h52