Receita: arrecadação reflete desempenho da economia
Brasília - O coordenador geral de Estudos, Previsão e Análise da Receita Federal, Victor Lampert, disse hoje que a arrecadação federal segue refletindo o desempenho da economia. "A arrecadação tem tido boa aderência aos fatos econômicos", afirmou, explicando que outros fatores fora da atividade econômica não deram contribuição significativa para a arrecadação. Em junho, as […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - O coordenador geral de Estudos, Previsão e Análise da Receita Federal, Victor Lampert, disse hoje que a arrecadação federal segue refletindo o desempenho da economia. "A arrecadação tem tido boa aderência aos fatos econômicos", afirmou, explicando que outros fatores fora da atividade econômica não deram contribuição significativa para a arrecadação.
Em junho, as receitas administradas pela Receita tiveram crescimento real de 8,65%, bem abaixo dos 15,07% verificados em maio. O dado de junho têm sido mencionado nos bastidores, por técnicos do Ministério da Fazenda, como um indicador que confirma o cenário de desaceleração da economia.
Apesar dessa análise, o coordenador da Receita negou que o resultado de junho demonstre uma economia em desaceleração, mas se recusou a entrar em detalhes. "Não vou usar a arrecadação para explicar o comportamento da economia", disse Lampert, visivelmente irritado. Em determinado momento, diante da insistência dos jornalistas para que analisasse a arrecadação à luz da atividade econômica, ele chegou a se levantar da cadeira, ameaçando se retirar da coletiva de imprensa. Lampert só voltou a se sentar por recomendação da assessoria de imprensa. Ele disse que o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, recomendou que ele não fizesse previsões e se restringisse a explicar o comportamento da arrecadação.
IR sobre rendimentos
A Receita Federal também informou hoje que a arrecadação do Imposto de Renda (IR) nos rendimentos de capital teve queda de 4 98% no primeiro semestre deste ano, em comparação com igual período do ano passado, somando R$ 11,4 bilhões. O IR cobrado nas aplicações de renda fixa de pessoas físicas e jurídicas de janeiro a junho teve crescimento de 11,37% na comparação com igual período de 2009, somando R$ 4,7 bilhões.
Já as receitas decorrentes de investimentos em fundos de renda fixa tiveram recuo de 13,13%, somando R$ 3,6 bilhões. A arrecadação decorrente de operações de swap (contratos de troca) teve recuo de 69,9%, somando R$ 237 milhões. O imposto de renda incidente sobre operações de juros remuneratórios sobre capital próprio teve queda de 3,9%, somando R$ 1,7 bilhão.