Economia

Queda do juro reduziria dívida pública em R$ 1,9 bi/ano

Um dos impactos mais relevantes da redução da taxa básica de juros será sobre o custo da dívida pública brasileira, que está em 630 bilhões de reais. A 18%, num período de 12 meses, a rolagem da dívida custará 1,9 bilhão de reais a menos. Além disso, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.

Um dos impactos mais relevantes da redução da taxa básica de juros será sobre o custo da dívida pública brasileira, que está em 630 bilhões de reais. A 18%, num período de 12 meses, a rolagem da dívida custará 1,9 bilhão de reais a menos. Além disso, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa abre oportunidade para a economia do país voltar a crescer e alcançar a meta de 2%, em 2002. "Entretanto, o juro é um indicador relativamente pequeno para reverter o cenário atual", afirma Odair Abate, economista-chefe do Lloyds TSB. "É preciso garantir a tendência de queda e retomar a confiança do mercado."

Abate, assim como a maioria dos analistas e economistas do mercado, foi pego de surpresa com a redução. "Mas isso não quer dizer que não gostei", diz ele. A expectativa era de manutenção, já que na última reunião do Copom o câmbio foi citado como motivo para a permanência dos 18,5%. Se no mês passado o dólar valia 2,67, era de se esperar que, com a moeda americana em 2,89 reais (cotação da véspera da reunião), o conservadorismo do Banco Central se repetiria.

A retomada da queda dos juros -- almejada pelo BC desde abril -- pode ser o início de uma recuperação gradativa dos investimentos no país. Para que a recuperação aconteça, mesmo que lentamente, é preciso que o governo dê continuidade à tendência de baixa dos juros e, principalmente, reconquistar a confiança do mercado.

"Em fevereiro, o governo baixou a taxa, mas logo em seguida adotou um discurso mais conservador", diz o economista. "Além disso, existe uma reação exagerada em relação às pesquisas eleitorais. O mercado precisa consolidar a percepção de que qualquer candidato que vença as próximas eleições não deverá promover rupturas bruscas na política econômica."

Na opinião de Abate, a decisão do Copom não tem característica política. Alguns comentários diziam que o fato do custo da dívida ser aliviado facilitaria a transição para o próximo governo. "Não creio nisso", afirma o economista. "O BC tem razões consistentes, baseadas em fundamentos econômicos, para justificar a redução."

Uma delas é a mudança da meta de inflação de 2003, que passou de 3,45% para 4%. Isso dá liberdade para trabalhar a taxa. Outra é o nível de atividade econômica do país, que emite sinais de fragilidade (como a queda dessazonalizada de 5,1% da produção industrial em maio). Juros mais baixos fortalecem as atividades.

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