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Queda de vendas em fevereiro não preocupa indústria

Para a CNI, recuo é natural após um forte período de expansão dos negócios

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

As vendas da indústria caíram 0,44% em fevereiro, sobre janeiro - descontadas as influências sazonais -, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A queda não preocupou os industriais. "O fato de as vendas registrarem uma acomodação em fevereiro não implica perda de dinamismo. É normal que as vendas recuem, após um período de crescimento mais intenso. De outubro a janeiro, por exemplo, as vendas já haviam crescido 4,6%, em termos dessazonalizados", afirmou a CNI em relatório divulgado à imprensa nesta terça-feira (4/4).

Segundo a confederação, mesmo com a queda do mês retrasado, o primeiro bimestre terminou com tendência de crescimento. Em relação aos últimos dois meses de 2005, a expansão acumulada foi de 2%. Já sobre o primeiro bimestre do ano passado, o incremento foi de 1,84%. Além disso, mesmo com a retração em relação a janeiro, a indústria vendeu 1,43% mais do que em fevereiro de 2005.

Um indicador, em particular, foi mencionado com otimismo pela CNI: o aumento do número de horas trabalhadas - uma alta de 2,08% sobre janeiro e de 1,93% no bimestre. O resultado reverte a queda verificada entre outubro de 2005 e janeiro de 2006, quando as horas trabalhadas recuaram também 2,08%. Para a CNI, o aumento das horas de trabalho, mesmo diante da queda das vendas, indica que os estoques das empresas baixaram para os níveis normais e abriram espaço para retomar a produção. Durante os últimos meses de 2005, os elevados níveis de estoque eram citados pelos industriais como o principal inibidor do aumento da produção.

Em fevereiro, a indústria registrou ligeiro aumento no nível de utilização da capacidade instalada. Em termos dessazonalizados, as fábricas operaram com 80,9% de sua capacidade, contra 80,6% em janeiro. Apesar disso, a CNI afirma que ainda é cedo para comemorar. O indicador está abaixo dos 82,7% de fevereiro do ano passado e o aumento não reverte a tendência de queda, verificada há mais de um ano.

O contingente de trabalhadores ocupados pela indústria subiu 0,4% entre janeiro e fevereiro e acumulou alta de 0,86 no bimestre. De acordo com a CNI, o baixo volume de contratações reflete ainda a fraca atividade econômica do ano passado. A confederação afirma que o mercado de trabalho sempre reage com defasagem ao aquecimento dos negócios, mas afirma que 2006 traz boas perspectivas. O próprio aumento do número de horas trabalhadas é um sinal de que a indústria pode voltar a contratar neste ano, segundo a entidade.

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