Qual foi o fundo do poço? IBGE divulga Pnad especial da covid-19
O Brasil vai ficar sabendo nesta quinta-feira (23) um pouco mais sobre o tamanho do baque causado no mercado de trabalho em junho pelos efeitos da pandemia
João Pedro Caleiro
Publicado em 23 de julho de 2020 às 06h19.
O Brasil vai ficar sabendo nesta quinta-feira (23) um pouco mais sobre o tamanho do baque causado no mercado de trabalho em junho pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus .
O IBGE divulga a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) no seu formato especialmente desenhado para o contexto da covid-19, que monitora não só a questão do emprego e renda, mas também quem está reportando sintomas da doença e quais as providências tomadas.
Desde o dia 04 de maio, o IBGE está fazendo entrevistas semanais em 48 mil domicílios, totalizando cerca de 193 mil casas por mês. A amostra é fixa, permitindo um monitoramento constante do mesmo universo de pessoas.
“Ela é diferente da PNAD comum que a gente está acostumado”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings. Alguns resultados têm divulgação semanal, mas a desta quinta-feira será referente ao mês de junho e abarca um conjunto mais amplo de indicadores e separados por estados.
Agostini destaca que no começo de maio, a taxa de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social era de 20%, mas que ela vem caindo cerca de 0,5 a 1 ponto percentual por semana, na medida que a quarentena é flexibilizada.
Mas este não é o número da taxa de desemprego – que foi a 13% pela última PNAD COVID 19, e deve seguir em alta. Essa taxa considera quem está sem emprego, mas buscando efetivamente uma vaga, processo que continua sendo complicado durante a quarentena.
As previsões são de que quando a curva da doença estiver em melhor situação, muita gente vai voltar às ruas para tentar uma recolocação, pressionando a taxa para cima. Soma-se a isso a perspectiva de fim do auxílio emergencial.
Algumas previsões são de que o desemprego no país passe dos 16% e possa se aproximar até dos 20%. Isso significaria que um em cada cinco brasileiros que procuram emprego não encontraria - número não visto sequer no auge da recessão de 2015 e 2016. Por enquanto, ainda está difícil ver a luz no fim do túnel.