PT domina ministério de Lula
Depois de agradar ao mercado financeiro com indicações de nomes como Henrique Meirelles para o Banco Central ou de Antônio Palocci para o ministério da Fazenda, aconteceu o inevitável: Lula teve de atender a seus aliados políticos. Ao fazer o anúcio de seu ministério completo nesta segunda-feira (23/12), surpresa ficou por conta da indicação do […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.
Depois de agradar ao mercado financeiro com indicações de nomes como Henrique Meirelles para o Banco Central ou de Antônio Palocci para o ministério da Fazenda, aconteceu o inevitável: Lula teve de atender a seus aliados políticos. Ao fazer o anúcio de seu ministério completo nesta segunda-feira (23/12), surpresa ficou por conta da indicação do economista Guido Mantega (PT-SP) para o ministério do Planejamento, antes em negociação com o PMDB. O PT e seus aliados ficaram com o grosso das demais indicações.
Com o PMDB fora da negociação ministerial, Lula dividiu as pastas entre os partidos que o apoiaram Lula. Ao PSB coube a da Ciência e Tecnologia (com Roberto Amaral); ao PDT, a das Comunicações (com Miro Teixeira); ao PC do B, a pasta dos Esportes (com Agnelo Queiroz); ao PPS, a da Integração Nacional (com o ex-candidato Ciro Gomes); ao PL, a dos Transportes (com Anderson Adauto); ao PV, a da Cultura (com o cantor e compositor Gilberto Gil); e ao PTB, a do Turismo (com Walfrido Mares Guia).
Mais foi mesmo o PT que levou o maior número de pastas. Além da presença Mantega, um economista de peso no partido (ele havia sido um dos destaques do seminário Brasil em EXAME , realizado em novembro), o PT ficou com quase todo o
resto do ministério. O governador do Rio Grande do Sul, Olivio Dutra, foi indicado para o ministério das Cidades. O deputado Ricardo Berzoini, de São Paulo, para o da Previdência. Para apaziguar a ala radical petista Democracia Socialista, da senadora Heloisa Helena (PT-AL), o ministério do Desenvolvimento Agrário ficou com Miguel Rossetto, vice de Olivio Dutra no Rio Grande do Sul. A atual governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, foi escolhida como ministra da Assistência e Promoção Social.
Lula não se furtou a criar alguns ministérios. Ao aconomista José Graziano, coordenador do programa Fome Zero, caberá o ministério extraordinário de Segurañça Alimentar. A secretaria nacional da Pesca ficará com o também petista José Fritch, de Santa Catarina. A do Direito da Mulher, com Emília Fernandes. Além disso foi criada uma secretaria especial para coordenar o pacto social, a cargo do atual prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro. Para a pasta da Defesa foi escolhido o atual embaixador do Brasil em Moscou, José Viegas Filho, sem partido.
O ministério que Lula acaba de anunciar em Brasília tem, portanto, dois tipos de ministros: aqueles cujo principal trunfo é a vivência prática (como Meirelles ou Roberto Rodrigues, da Agricultura) e aqueles que estão lá por uma clara necessidade de atender a acordos firmados em troca de apoio na campanha (caso de Ciro Gomes, na Integração Nacional ou de Miguel Rossetto, no Desenvolvimento Agrário).
Na sexta-feira (20/12), o presidente eleito havia nomeado mais cinco petistas para ministérios e uma secretaria. O presidente escolheu petistas para as pastas sociais de Saúde, Trabalho, Educação e Direitos Humanos, e para o ministério das Minas e Energia, apesar das expectativas de que o PMDB fosse ficar com a pasta. Lula optou por colocar um nome técnico nas Minas e Energia, e indicou a ex-secretária do Rio Grande do Sul e a responsável pela área na equipe de transição, Dilma Rousseff. O físico Luiz Pinguelli Rosa, antes cotado para a pasta, deverá ser indicado presidente da Eletrobrás.
O ex-governador do Distrito Federal e senador eleito (PT) Cristovam Buarque , foi confirmado no Ministério da Educação. O médico e candidato derrotado ao governo de Pernambuco, Humberto Costa, será o ministro da Saúde. Para o Trabalho, o presidente escolheu o ex-sindicalista e deputado federal Jaques Wagner (PT-BA). Para a Secretaria de Estado de Direitos Humanos ficará a cargo pelo deputado Nilmário Miranda (PT-MG), que perdeu a disputada para o governo mineiro.