Economia

PT adia audiência sobre expulsão de radicais

A Direção Nacional do PT adiou de 25 de maio para 28 e 29 de junho a primeira audiência da Comissão de Ética do partido que analisa o processo de expulsão de dois deputados federais (Luciana Genro e João Fontes) e uma senadora (Heloísa Helena) contrários à reforma da Previdência. O adiamento seria porque a […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h56.

A Direção Nacional do PT adiou de 25 de maio para 28 e 29 de junho a primeira audiência da Comissão de Ética do partido que analisa o processo de expulsão de dois deputados federais (Luciana Genro e João Fontes) e uma senadora (Heloísa Helena) contrários à reforma da Previdência.

O adiamento seria porque a direção do PT acredita que o afastamento de dois deputados radicais da bancada do PT na Câmara pela divulgação de um vídeo com críticas antigas de Lula à reforma da previdência pode acalmar os radicais do partido; e que a realização da audiência já no próximo domingo geraria um excesso de notícia negativa, expondo a divisão interna do partido em relação à reforma da previdência.

O presidente nacional do PT, José Genoino, avaliou que os deputados que divulgaram um vídeo com discurso do presidente Luiz Inádio Lula da Silva, feito em 1987, estão abrindo mão da disputa de idéias no partido. Para Genoino, a divulgação da fita nada mais é do que uma disputa selvagem que não contribui para os debates sobre as reformas.

"Eles estão prejudicando muito esse debate sobre as reformas. Em vez de discutirem propostas, eles insistem em uma disputa selvagem", afirmou Genoino hoje pela manhã em Brasília. O dirigente petista se referia aos deputados federais João Fontes (PT-SE) e Luciana Genro (PT-RS).

A decisão da bancada será comunicada à Comissão Nacional de Ética e Disciplina do partido. Os dois parlamentares não poderão participar de nenhuma atividade da bancada, como reuniões internas, e perderão seus cargos nas comissões especiais e permanentes. Tampouco poderão fazer discursos em nome da legenda.

A proposta de punição, feita pela coordenação da bancada, foi aprovada por 57 parlamentares. Proposta da deputada Maninha (DF), que restringia a punição apenas a João Fontes, teve 8 votos. O deputado João Batista Araújo (PA), o Babá, propôs livrar ambos de qualquer punição, mas recebeu apenas três votos. Fontes e Luciana participaram da reunião e tiveram direito de defesa.

O deputado Professor Luizinho (PT-SP) vai substituir o deputado João Fontes (PT-SE) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por tempo indeterminado.

Segundo a Agência Câmara, outros partidos da base do governo também estão fazendo mudanças. No PTB, Luiz Antônio Fleury (SP) e Jair Bolsonaro (RJ) darão lugar aos Neuton Lima (SP) e Fernando Gonçalves (RJ). O PSB e o PL vão reunir suas bancadas na terça-feira para tentar fechar os votos em favor das reformas na comissão.

No dia da expulsão dos radicais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento na TV, dentro do programa do PT. Na quinta-feira (22/5), o PT apresentou um bem elaborado programa de 20 minutos em cadeia nacional de rádio e TV no qual o presidente defendeu o governo, a cautela na condução da política econômica e a necessidade de aprovação das reformas. Está sendo cogitada a hipótese de o partido ceder 19 cargos importantes na administração federal a representantes do PMDB. "Isto pode corroborar para que o PMDB se alie formalmente ao governo em reunião da Executiva Nacional do partido marcada para 27 de maio", avalia o CSFB. Se a adesão se confirmar, a base numérica formal de Lula no Congresso excederá o apoio mínimo de 60% dos parlamentares exigido para aprovação das reformas. "Mesmo neste caso, entendemos que Lula ainda terá de negociar individualmente com alguns parlamentares para garantir a aprovação das reformas."

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