Economia

Protocolo de Kyoto consolida mercado de créditos de carbono

Para Rodrigo Sales, especialista em Direito Ambiental, Brasil poderá se beneficiar com a implantação de novos projetos de "desenvolvimento limpo"

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h07.

A entrada em vigor nesta quarta-feira (16/2) do Protocolo de Kyoto consolida o mercado de créditos de carbono e traz oportunidades para o Brasil. Os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDLs) previstos no tratado incentivam países desenvolvidos a implementar projetos em países em desenvolvimento para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. "O Brasil já tem uma boa cultura de projetos nessa área, o que é uma vantagem comparativa na disputa com China, Índia e México, os maiores concorrentes na atração de financiamento", diz Rodrigo Sales, advogado sócio do escritório Trench, Rossi e Watanabe e especialista em Direito Ambiental.

As reduções de emissões, realizadas com os projetos, geram um título negociável no mercado, o Certificado de Redução de Emissão (CRE). O interesse dos países desenvolvidos nos CREs está no fato de eles poderem empregar tais papéis como se fossem reduções próprias e assim atingir a meta do Protocolo de Kyoto de diminuir, em média, 5,2% em relação aos níveis praticados em 1990. Essa metodologia dos MDLs, diz Sales, é fruto de uma proposta original brasileira. "O Brasil é um negociador importante nesse processo", afirma o advogado, "e os primeiros projetos em todo o mundo são brasileiros" (leia reportagem do Portal EXAME).

As modalidades de MDL incluem projetos na área de energia renovável, como o do biodiesel, de reflorestamento e combate ao desflorestamento ou de desenvolvimento de tecnologias ambientalmente limpas no processo industrial.

Os Estados Unidos chegaram a assinar o tratado em 1997, ano de seu lançamento, mas o Senado se recusou a ratificá-lo, criticando a exclusão das obrigações de países em desenvolvimento como China e Índia. Independente disso, estados e companhias americanas estão adotando iniciativas de controle ambiental em nome do desenvolvimento sustentável e da redução de custos.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

MDIC quer ampliar Programa Reintegra a partir de 2025, diz Alckmin

Selic deve subir 0,25 ponto percentual e tamanho do ciclo depende dos EUA, diz economista da ARX

Lula sanciona projeto de desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia

Haddad vê descompasso nas expectativas sobre decisões dos Bancos Centrais globais em torno dos juros