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Produtores rurais precisam de computadores

Melhoramento genético, sensoriamento remoto, transgênicos... as exigências tecnológicas estão arrombando a porteira do produtor rural brasileiro. O mundo está plantando transgênicos e nós não. Por isso, o Brasil perdeu competitividade em algodão. Milho e soja são os próximos da fila , diz João Bosco dos Santos, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Bosco coordenou a […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.

Melhoramento genético, sensoriamento remoto, transgênicos... as exigências tecnológicas estão arrombando a porteira do produtor rural brasileiro. O mundo está plantando transgênicos e nós não. Por isso, o Brasil perdeu competitividade em algodão. Milho e soja são os próximos da fila , diz João Bosco dos Santos, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Bosco coordenou a formulação da Proposta para o Plano Agrícola e Pecuário 2002/2003, entregue nesta quarta-feira ao ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes.

O ministro lembrou que a adoção ou proibição dos transgênicos no Brasil ainda depende da Justiça. Ele alertou que o País não pode ficar muito tempo na situação atual, em que não libera o uso de sementes modificadas, mas também não consegue certificar que sua produção seja completamente livre de transgênicos.

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Além dos temas tradicionais mais verba para financiamento agrícola e juros menores --, a proposta entregue pela CNA ao governo nesta quarta-feira inclui a criação de novas linhas de crédito, para aquisição de:

  • sêmen bovino e reprodutores, com objetivo de aprimorar geneticamente o rebanho brasileiro. A CNA estima em 400 milhões de reais o volume necessário. Não custa lembrar que o PIB da pecuária cresceu apenas 0,33% no ano passado, abaixo do crescimento do PIB nacional e muitíssimo abaixo do crescimento do PIB agrícola, de 8,65%;
  • sistemas para agricultura de precisão, o que inclui computadores, GPS (aparelho de localização por satélite) e programas de computador;
  • máquinas usadas, para modernizar a infra-estrutura agroindustrial das cooperativas.

    Além das propostas tecnológicas, a CNA reapresentou dois pedidos de seguros rurais. Um é o seguro prestamista, que cobriria dívidas pendentes em caso de falecimento do devedor. O motivo é razoável: as dívidas rurais estão sendo renegociadas por períodos de até 25 anos e a idade média do produtor rural está acima dos 52. A vida no campo pode fazer bem, mas não dá para garantir que todos os devedores chegarão aos 77. Corremos o risco de passar para a próxima geração dívidas em vez de patrimônio , diz Bosco, da CNA.

  • O outro é o seguro renda. Já faz tempo que o setor reclama: o seguro agrícola, que cobre perda de produção e de bens em caso de acidente e clima adverso, só garante, na verdade, que o emprestador não ficará sem receber seu dinheiro de volta. O produtor, até hoje, fica no prejuízo a não ser que tenha um seguro renda. A proposta já está em projeto de lei a ser encaminhado à Câmara dos Deputados.

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