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Produção industrial

FIM DE UM CICLO A indústria automobilística brasileira produziu 1,8 milhão de veículos em 2001, segunda maior marca desde 1994. Nos últimos seis anos, 22 novas fábricas de veículos e de motores foram instaladas no país. A fábrica baiana da Ford, inaugurada em outubro de 2001, representou a última fase de investimentos de 20 bilhões […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

FIM DE UM CICLO

A indústria automobilística brasileira produziu 1,8 milhão de veículos em 2001, segunda maior marca desde 1994. Nos últimos seis anos, 22 novas fábricas de veículos e de motores foram instaladas no país. A fábrica baiana da Ford, inaugurada em outubro de 2001, representou a última fase de investimentos de 20 bilhões de dólares concentrados pelas montadoras no Brasil nos últimos anos. Para 2003, não há previsão de mais inaugurações. Mas devem acontecer lançamentos de veículos como o C3, da Citroën, e o Fit, da Honda. À exceção de ônibus, furgões e picapes, todas as categorias do setor registraram aumento na produção em 2001, com destaque para motocicletas, com 18% de crescimento. Durante 2002, entretanto, a situação ficou mais difícil e o setor deve fechar com produção inferior à do ano anterior. A expectativa da indústria é entrar em 2003 com ociosidade próxima de 40%. Nas montadoras de caminhões, essa taxa bate na casa dos 50%. Com o mercado interno estagnado, a indústria automobilística busca negócios na China e na Índia, além do México, com o qual já fechou acordo de intercâmbio comercial com imposto reduzido.

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MOTOR AQUECIDO NO CAMPO

Safra recorde, câmbio favorável e preços em alta no exterior vêm fazendo do agronegócio o principal motor da economia brasileira nos últimos anos. A reboque desse crescimento, a produção de máquinas agrícolas aumentou 22% em 2001, passando de 36 000 unidades para 44 000. Ele é impulsionado também pelo Moderfrota, linha de financiamento do BNDES para a compra de máquinas que fez a frota brasileira rejuvenescer. Em 1999, 62% dos tratores tinham idade média superior a 11 anos. Hoje, essa proporção caiu para 49%. Em dois anos, o Moderfrota liberou 4,3 bilhões de reais de financiamento. Exceto trator de esteira, que teve a produção estagnada, a produção de todas as outras máquinas cresceu em 2001. Os destaques são as colheitadeiras e os tratores de rodas, com taxas de crescimento em torno de 25%. Foram fabricadas 5 200 colheitadeiras, segunda maior marca desde 1994. Depois de passar os últimos cinco anos da década de 90 na média de 24 800 unidades por ano, o mercado brasileiro de máquinas agrícolas acelerou as vendas a partir de 2000. A previsão para 2002 é que o número ultrapasse as 40 000 unidades.

FORA DA TOMADA

Lembra do drama causado pelo bug energético em 2001? Pode-se dizer que um dos setores que mais sentiram seus efeitos foi o de eletroeletrônicos de consumo. Além de mudar a rotina dos escritórios e das linhas de produção, o racionamento afugentou consumidores. Em 2001, as empresas esperavam vender 6% mais em unidades em relação ao ano anterior. Aconteceu o inverso: as vendas caíram 6,8%, segundo dados da Eletros, a associação das indústrias do setor. Como resultado, a produção de televisores, por exemplo, recuou 10% para 4,7 milhões de unidades. Houve exceções. O destaque foi o aparelho de DVD, cuja produção triplicou em 2001. O consumo dos tradicionais radiogravadores aumentou 55%. As vendas de videocassetes e de aparelhos de imagem e som mantiveram-se estáveis. Afastada a ameaça de apagão, o principal vilão passou a ser o câmbio. Uma TV de 29 polegadas, por exemplo, contém cerca de 80% de componentes importados, cujos preços estão atrelados ao dólar , diz Paulo Saab, presidente da Eletros. Para 2002, a expectativa de crescimento é de 1,5%, nada que compense as perdas do ano anterior.

A QUEDA DOS PORTÁTEIS

Dentro da indústria de eletroeletrônicos, as empresas que produzem aparelhos portáteis liquidificadores, batedeiras, secadores, ventiladores foram as primeiras a refletir o impacto do racionamento de energia no ano passado. Quando o governo começou a falar em racionamento, as vendas de portáteis já diminuíram , diz Paulo Saab, presidente da Eletros. Em 2001, a produção desses aparelhos caiu 13% em relação ao ano anterior. As poucas variações positivas ocorreram na linha de secadores e modeladores, com 3% de crescimento, e na de processadores, com 10%. O empenho das empresas está em diminuir a dependência em relação ao dólar. A subsidiária da americana Black & Decker, instalada em Uberaba, Minas Gerais, nacionalizou 11 linhas de ferramentas portáteis para venda no varejo em 2001, as quais representam um volume de 1,7 milhão de unidades produzidas por ano. Quando o dólar sobe, os custos aumentam rapidamente e não podemos repassá-los para os clientes , diz Oswaldo Vitoratto, presidente da Black & Decker para a América Latina.

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