Economia

Produção industrial ensaia recuperação, diz Fiesp

A produção da indústria paulista ensaiou uma discreta recuperação em agosto. O Indicador da Atividade Industrial (INA) do mês, anunciado nesta terça-feira (30/09) pela Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias de São Paulo (Depecon/Fiesp), registrou um crescimento de 0,3% em relação a julho. Os setores que impulsionaram a melhora no indicador […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.

A produção da indústria paulista ensaiou uma discreta recuperação em agosto. O Indicador da Atividade Industrial (INA) do mês, anunciado nesta terça-feira (30/09) pela Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias de São Paulo (Depecon/Fiesp), registrou um crescimento de 0,3% em relação a julho. Os setores que impulsionaram a melhora no indicador foram os de produção de bens intermediários, como químico, de plásticos e de papel e papelão.

"Os dados do INA ainda não indicaram uma recuperação do varejo", afirmou Clarice Messer, diretora do Depecon. A economista, entretanto, afirmou que o discreto aquecimento da produção dos setores intermediários pode significar uma movimentação do varejo.

Os dados de agosto também mostram que a desova de estoques continua, mas num ritmo mais lento e somente para alguns setores. Entre os setores que desovaram estoques estão o de material de transporte, que inclui a indústria automobilística, o de alimentos e o de material elétrico. No de material de transporte, por exemplo, enquanto a produção registrou queda em agosto de 9,1% em relação a julho, as vendas reais caíram apenas 0,6% no mesmo período. "É um sinal de que parte das vendas foram supridas pelos estoques", diz Clarice.

Segundo o Depecon, o INA de setembro já poderá mostrar alguma reação do varejo, mas até que isso se reflita num aumento da oferta de empregos vai demorar. Os números de agosto mostram que não só o nível de utilização da capacidade instalada da indústria continua abaixo do registrado no mesmo período do ano passado para quase todos os setores, como o número de horas trabalhadas também. Em agosto, o total de horas de trabalho usados na produção foi 1,9% menor que o de julho e 1,3% quando comparado com o mesmo mês de 2002. "Não só as máquinas, estão ociosas, mas as pessoas também", diz Clarice. "Por isso, as contratações vão demorar muito".

Sinais de melhora

Para o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, o país voltará a crescer ainda este ano. "Neste último trimestre já vão aparecer sinais claros de recuperação", afirmou Furlan nesta terça-feira (30/09), em evento na Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil, em São Paulo. "Tivemos nove meses de gestação e agora chegou a hora de o bêbe nascer." Para Furlan, o crescimento do PIB será maior do que mostram as estimativas feitas até agora. "Mas eu sou tido no governo como o mais otimista", afirmou ele.

Ao comentar os resultados da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Cancún, no México, o ministro disse que a rivalidade entre o Brasil e os Estados Unidos deve cessar logo. "A gente acredita que a poeira vai baixar e as acusações vão diminuir", diz ele. O ministro também afirmou que os Estados Unidos não foram armados para o evento e que ele não provocará conseqüências negativas para o Brasil no próximo ano. "Vamos continuar trabalhando pelos dois dígitos nas exportações", disse ele.

O ministro afirmou, no entanto, que as importações deverão crescer em 2004. "É a exportação que cria empregos, mas não importar é um comportamento atípico", afirmou ele. "Temos que manter a saúde da balança com as exportações e não com menos importações."

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