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Produção global de vinho deve recuar para menor nível desde 1961

O resultado virá em resposta ao clima ruim que assolou a Europa danificou vinhedos da maior região produtora do mundo

A queda global reflete uma diminuição acentuada na produção da União Europeia (iStock/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 11h20.

Última atualização em 24 de outubro de 2017 às 13h12.

Paris - A produção global de vinho deste ano deve recuar para o menor nível desde 1961, uma vez que o clima ruim que assolou a Europa danificou vinhedos da maior região produtora do mundo, disse a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) nesta terça-feira.

A produção geral deve cair para 246,7 milhões de hectolitros em 2017, uma queda de 8 por cento em relação ao ano passado, disse a OIV, sediada em Paris, em suas primeiras estimativas para o ano.

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Um hectolitro equivale a 100 litros, ou cerca de 133 garrafas de vinho padrão de 750 ml.

A queda global reflete uma diminuição acentuada na produção da União Europeia, onde os três maiores países produtores do mundo --Itália, França e Espanha-- projetam uma decaída considerável.

A Comissão Europeia, o Executivo da UE, estima que a safra de vinho do bloco recuará para seu menor patamar em 36 anos em 2017 devido a fenômenos climáticos adversos como geadas de primavera e ondas de calor no verão.

Na França, o clima afetou a maior parte das principais regiões de cultivo, incluindo Bordeaux e Champagne, e o governo projetou que a produção será a menor em décadas.

As projeções da OIV, que excluem suco e mosto (vinho novo), mostram a produção de vinho italiano diminuindo 23 por cento, para 39,3 milhões, a francesa recuando 19 por cento, para 36,7 milhões, e a espanhola caindo 15 por cento, a 33,5 milhões.

A produção global reduzida pode reduzir o excedente de produção sobre a demanda visto nos últimos anos, quando o consumo foi freado pelos efeitos da crise financeira mundial de 2008.

A OIV disse estar presumindo inicialmente uma média de consumo de 240,5 milhões a 245,8 milhões de hectolitros com base em tendências de médio e longo prazo, mas que ainda não tem dados sólidos da demanda para 2017.

Mas o impacto da produção reduzida no suprimento do mercado e nos preços depende do nível dos estoques de anos anteriores e da qualidade do vinho nas regiões que servem de referência.

Na França, a maior exportadora do mundo por valor, os produtores apontaram para a perspectiva de vinhos de boa qualidade.

Fora da Europa, os Estados Unidos, quarto maior produtor mundial e o maior consumidor da bebida, devem ver pouca alteração na produção, com 23,3 milhões de hectolitros, uma queda de 1 por cento, segundo a OIV.

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