Economia

Produção em mercados emergentes encolhe em julho, diz HSBC

Atividade encolheu pela primeira vez em mais de quatro anos em julho, com o impacto principalmente da queda do setor manufatureiro


	Menor crescimento: China, Índia e Brasil criaram menos novos negócios em julho, enquanto que a Rússia registrou o crescimento mais lento em quase três anos
 (Cristiano Mariz/EXAME.com)

Menor crescimento: China, Índia e Brasil criaram menos novos negócios em julho, enquanto que a Rússia registrou o crescimento mais lento em quase três anos (Cristiano Mariz/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 21h38.

Londres - A atividade nas economias emergentes encolheu pela primeira vez em mais de quatro anos em julho, com o impacto principalmente da queda do setor manufatureiro, enquanto que o setor de serviços estagnou, mostrou uma pesquisa nesta segunda-feira.

O estudo destacou a crescente divergência entre a atividade nos países desenvolvidos e nas economias emergentes e lançou dúvidas sobre as perspectivas de uma recuperação econômica global sustentada após a crise financeira.

O Índice de Mercados Emergentes do HSBC para serviços e indústria caiu para 49,4 em julho, ante 50,6 em junho, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. Foi a primeira leitura abaixo deste nível desde abril de 2009.

A pesquisa do HSBC coleta dados de gerentes de compras em cerca de 7.500 empresas em 16 mercados emergentes. O índice é calculado usando dados produzidos pela Markit.

"Os mercados emergentes ainda não estão sentindo o impulso da estabilização da demanda nos Estados Unidos, Europa e Japão", disse o co-diretor de pesquisa econômica da Ásia do HSBC, Frederic Neumann.

"O principal risco para os mercados emergentes no momento é que a queda cíclica da indústria e um setor de serviços mais fraco, que acabarão por levar a um mercado de trabalho mais fraco." A produção recuou nas quatro maiores economias emergentes -- Brasil, China, Rússia e Índia-- na primeira contração ampla desde 2009, de acordo com o HSBC.

Novos negócios também registraram seu primeiro declínio em mais de quatro anos. China, Índia e Brasil criaram menos novos negócios em julho, enquanto que a Rússia registrou o crescimento mais lento em quase três anos.

A taxa de desemprego nos mercados emergentes ficou praticamente inalterada, por ora, enquanto que as pressões inflacionárias perderam força.

O índice de expectativas de negócios, no entanto, mostrou alguns sinais de recuperação. O índice do HSBC para produção futura dos mercados emergentes aumentou ligeiramente após registrar um recuo em junho, mas ainda é a segunda leitura mais fraca em 16 meses de coleta de dados.

Embora as expectativas de negócios em serviços acelerou ligeiramente em relação a junho, o sentimento da indústria caiu pelo quinto mês consecutivo, afirmou o HSBC. Entre as quatro maiores economias emergentes, o sentimento era mais fraco na China.

A China, segunda maior economia do mundo, deverá crescer neste ano em seu ritmo mais lento desde 1990, já que a demanda externa e interna pesam sobre as exportações e a produção industrial. Uma desaceleração do investimento também tem contido o crescimento.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoCrises em empresasDesenvolvimento econômicoPaíses emergentes

Mais de Economia

BID faz acordo com Coreia do Sul e vai destinar US$ 300 milhões em financiamento para América Latina

Alckmin: reforma tributária vai ampliar investimentos e exportações

Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 4 bi em junho, mostra Banco Central

Arrecadação federal cresce 11,02% em junho e chega a R$ 208,8 bilhões

Mais na Exame