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Produção em março vai recuperar perda de fevereiro, diz analista

Queda da produção industrial de 1,2% em fevereiro, anunciada hoje pelo IBGE, reflete "de forma bastante tênue" o aperto monetário iniciado em setembro do ano passado, diz economista da LCA Consultores. O mais importante, porém, é que 13 d

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

A queda de 1,2% da produção industrial em fevereiro na comparação com janeiro reflete oaperto monetárioiniciado pelo Banco Central em setembro de 2004. Mas é precipitado afirmar que a atividade industrial está sendo sabotada pelos juros, comoreclamamentidades empresariais. "O que vimos em fevereiro não é uma inflexão de tendência da atividade fabril", diz Bráulio Borges, economista da LCA Consultores. "Houve em fevereiro uma repetição da acomodação de janeiro, e não uma piora." Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento acumulado da produção industrial nos últimos doze meses ficou em 8,6%, quase o mesmo resultado de janeiro, de 8,5%.

Um dos dados mais relevantes, porém, é o comportamento do índice de difusão, ou seja, o número de ramos industriais pesquisados pelo IBGE que apresentaram crescimento. Em janeiro, de um total de 23 atividades monitoradas, apenas 7 obtiveram resultado positivo (índice de difusão de 30%). Em fevereiro, apesar do recuo de 1,2% da média geral frente ao mês anterior, 13 atividades cresceram (57%). Esse resultado justifica, segundo Borges, a projeção de crescimento da produção industrial em março superior a 1% (projeção da LCA Consultores). "Os números divulgados pelaAnfaveahoje reforçam essa probabilidade", diz Borges. Caso a previsão se confirme, a queda de fevereiro será recuperada.

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Borges também recomenda atenção para o desempenho da atividade de refino de petróleo e produção de álcool, com queda de 3,1% em fevereiro. Sozinha, essa atividade responde por 8% da produção industrial total.

Segundo o IBGE, a retração da produção física de bens de capital foi de 4,6% no primeiro bimestre do ano. Para os economistas do Bradesco, isso não compromete a capacidade de crescimento da produção industrial nos próximos meses, porque está em curso uma mudança no perfil da produção, com maior possibilidade de crescimento dos setores de bens de consumo, em detrimento dos setores de bens de capital. Esse processo ocorre junto com outra mudança, em que a contribuição das exportações para o crescimento do Produto Interno Bruto deve ser maior do que o inicialmente imaginado -- evidência que os dados divulgados pela Anfavea, mais uma vez, ajudam a confirmar.

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