Economia

Problema cambial não será resolvido em curto prazo, diz Pimentel

Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a excessiva valorização do real frente ao dólar está fora do alcance da ação do governo

Fernando Pimentel disse ainda que o segundo semestre apresentará um cenário melhor para a Selic (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano)

Fernando Pimentel disse ainda que o segundo semestre apresentará um cenário melhor para a Selic (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2011 às 12h30.

São Paulo – O problema da excessiva valorização do real frente ao dólar não será resolvido em curto prazo e está fora do alcance da ação do governo. A afirmação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. De acordo com ele, o Brasil não tem como “escapar” do cenário internacional, marcado pela política monetária expansionista dos Estados Unidos, responsável pela elevação do real.

“Não temos como inventar outro cenário. O problema do câmbio, que afeta de maneira muito aguda a economia brasileira, principalmente no setor industrial, não tem solução no quadro da nossa governabilidade interna. Nós vamos ter de conviver durante um tempo não previsível com o câmbio em que o real vai estar muito valorizado”, disse o ministro em encontro com industriais e sindicalistas.

Segundo Fernando Pimentel, para compensar a desvantagem de ter a moeda excessivamente valorizada, será necessária a implementação pelo país de uma política de defesa comercial ativa, “tudo o que for possível”, dentro das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para contrabalançar o câmbio, o governo estuda também desonerar encargos de tributos e incentivar financiamentos para investimentos de inovação e competitividade.

“Eu acho que essas três ferramentas combinadas, com certeza superam bem o problema do câmbio, que é real e que nos afeta muito”, afirmou Pimentel. Ele destacou que as medidas de desoneração deverão ser anunciadas no início do segundo semestre.

Quanto à taxa de juros no país, o ministro disse que considera a Selic elevada, mas que o quadro econômico ainda não permite uma redução. Para ele, um cenário melhor deverá ser verificado no segundo semestre.

“Nós temos hoje ainda uma conjuntura com certa ameaça inflacionária. A taxa de juros está refletindo esse momento. É claro que tem que baixar, é muito alta, não tem sentido conviver tanto tempo assim com a taxa tão elevada”, acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarFernando PimentelMoedasPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosReal

Mais de Economia

Contas externas têm saldo negativo de US$ 3,1 bilhões em novembro

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025