Probabilidade de segunda onda de covid-19 no Brasil é baixa, diz Sachsida
Bastante questionado sobre a informação, o secretário disse que a linha de corte considerada para a imunidade de rebanho pela secretaria foi de 20%
Reuters
Publicado em 17 de novembro de 2020 às 16h46.
Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 21h21.
O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, afirmou nesta terça-feira que estudos internos indicam que a probabilidade de uma segunda onda de coronavírus no Brasil é baixa.
"Vários estados já atingiram ou estão muito próximos de atingir imunidade de rebanho", disse ele, em coletiva de imprensa.
Bastante questionado a respeito da informação, o secretário afirmou que a linha de corte considerada para a imunidade de rebanho pela Secretaria de Política Econômica (SPE) foi de 20%. Ou seja, este seria o percentual mínimo de pessoas já infectadas pelo novo coronavírus que garantiria um certo efeito de proteção contra a circulação do vírus.
Segundo Sachsida, o patamar de 20% "está na literatura" e vem de "estudos mais novos". Ele reconheceu, contudo, que há parte da literatura que considera a imunidade de rebanho com 60% a 70% da população infectada, corrente que disse ter circulado especialmente no início da pandemia.
Ele também afirmou que, para suas previsões sobre a chance de eventual segunda onda, a SPE analisa dados públicos da Pnad Covid, sob responsabilidade do IBGE.
O secretário reforçou que os indicadores analisados pela secretaria apontam para a força da retomada econômica, e que a avaliação é que em meados de dezembro o país retomará patamares de movimentação pré-covid.
"Voltando isso, volta o setor de serviços", afirmou ele. "Estamos muito convictos que a partir de outubro o setor de serviços está cada vez mais forte."
Perguntado sobre a necessidade de extensão do auxílio emergencial e futuras transformações no Bolsa Família, ele afirmou que essas são decisões que cabem à Presidência da República e aos ministros.
Ele destacou, contudo, a existência de cerca de 110 bilhões de reais que devem ser injetados na economia até janeiro por medidas tomadas durante a crise do coronavírus, recursos que irão ajudar na recuperação econômica.
O volume contempla a concessão do auxílio emergencial — 45 bilhões de reais que ainda não foram pagos aos que têm direito — e os saques do FGTS ainda não realizados. Também entram na conta os recursos poupados com o auxílio emergencial que já foram pagos, disse Sachsida, sem especificá-los.
"Isso nos dá muita convicção que a economia terá a necessária tração para, liderada pelo setor de serviços, fechar 2020 com tração, entrar bem em 2021 e, passo a passo em 2021 caminharmos para um crescimento cada vez maior e mais sustentável", destacou.
Sachsida afirmou que o desemprego no Brasil está vindo majoritariamente do setor informal, que é mais flexível, e estimou que a população ocupada irá crescer em 2021 com a redução do distanciamento social.