Exame Logo

Previsão do FMI para PIB do país é pessimista, diz Mantega

O ministro da Fazenda citou a dificuldade de exportação num cenário de baixo crescimento mundial

Guido Mantega: "Tudo indica que terceiro trimestre terá um bom crescimento" (Antonio Cruz/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 16h42.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega , classificou de pessimista a projeção de 0,3% de avanço da economia brasileira em 2014 feita pelo Fundo Monetário Internacional ( FMI ) e argumentou que há indicadores de que o crescimento será maior no segundo semestre.

"A previsão para o Brasil de 0,3% parece um pouco pessimista. É verdade que tivemos um primeiro semestre de crescimento mais fraco, porém no segundo semestre estamos observando recuperação da economia brasileira. Temos vários indicadores que mostram que a partir de julho tivemos aceleração moderada do crescimento", afirmou.

Mantega citou dados de produção industrial, IBC-Br, o monitor do PIB mensal da FGV, produção de bens de capital, produção de petróleo e gás, vendas da produção da indústria automobilística.

"Tudo indica que terceiro trimestre terá um bom crescimento", afirmou.

"Temos vários indicadores de que está havendo retorno do crédito a partir da flexibilização do Banco Central de diminuir compulsório.

O consignado também está aumentando e o crédito está retornando muito gradualmente à economia brasileira, o que deverá levar a um aquecimento moderado da economia até o fim do ano", defendeu.

Mantega lembrou que a projeção de 0,3% poderá ser revista em novembro, na reunião do G20, na Austrália.

"Eles farão nova previsão e podem alterar. Vivemos num mundo volátil, instável, com surpresas. Então previsões têm que ser revistas com certa velocidade", disse.

O ministro voltou a dizer que no primeiro semestre a economia teve problemas internos e externos e apontou que a economia mundial cresceu menos que o esperado e a economia brasileira também.

Ele citou a dificuldade de exportação num cenário de baixo crescimento mundial. Mantega mencionou, ainda, que os países da América Latina estão todos apresentando desaceleração do crescimento.

Mantega repetiu a avaliação de que a seca também atrapalhou nos primeiros meses do ano e gerou pressão inflacionária.

"O Banco Central fez política monetária bastante rigorosa, reduzindo a disponibilidade de crédito. Uma parte do não crescimento neste ano é falta de credito a partir da política monetária, que pra combater a inflação fez política mais contracionista", disse.

Mantega acrescentou que, à medida que a inflação fica mais fraca, as ações podem mudar.

O ministro afirmou que, apesar de o crescimento estar menor, os parâmetros estão saudáveis.

"O nível de emprego continua muito alto no Brasil. Continuamos reduzindo o desemprego, ou mantendo o desemprego em patamar historicamente muito baixo. Se o desemprego está baixo, significa que o mercado consumidor está intacto. O que falta é crédito", apontou.

Mantega disse que esse cenário é um privilégio do Brasil e que, mesmo nos Estados Unidos, o mercado de consumo não se recuperou satisfatoriamente.

Fed

Mantega avaliou também que a volatilidade no Brasil é diferente do resto do mundo por conta do processo eleitoral. "Temos uma especificidade", disse.

Ele lembrou, no entanto, que o Federal Reserve (Fed) já começou a preparar o mundo para elevação da taxa de juros, que virá no ano que vem, e que já causa volatilidade ao redor do globo.

Ele defendeu os fundamentos da economia brasileira ao destacar que a dívida externa para administrar é pequena e há um programa de investimento importante em curso.

Mantega lembrou que faz parte da agenda do FMI e do G-20 organizar um fundo de investimento e discutir como elevar o PIB do mundo.

Segundo Mantega, já na reunião de primavera do Fundo, em abril, o tema crescimento econômico já foi debatido e vem sendo desenvolvido ao longo desse ano.

"Cada país diz como vai contribuir para o crescimento do PIB mundial. Isso é uma agenda do FMI porque falta crescimento na economia mundial. Eu espero que os meus colegas dos países desenvolvidos tomem medidas mais eficientes para aumentar o crescimento", afirmou.

Mantega disse que o Japão parou de crescer e que a Alemanha está com dificuldades.

O ministro ainda destacou que a produção industrial brasileira tem trajetória muito semelhante com a da Alemanha.

"As duas curvas são idênticas. A nossa produção industrial esse ano está mais fraca, até negativa, e na Alemanha está a mesma coisa", disse.

Mantega disse que muita gente quer atribuir problemas aqui, no Brasil, que são problemas mundiais.

"Todo mundo sabe que a Alemanha é um país competitivo", disse. "Não é um problema do Brasil no que diz respeito à exportação dos manufaturados", completou.

Ele lembrou que, na segunda-feira da semana passada, na Fiesp, esteve reunido com mais de 100 empresários, vendo medidas para aumentar a competitividade, mesmo que o mercado não esteja se recuperando.

Veja também

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega , classificou de pessimista a projeção de 0,3% de avanço da economia brasileira em 2014 feita pelo Fundo Monetário Internacional ( FMI ) e argumentou que há indicadores de que o crescimento será maior no segundo semestre.

"A previsão para o Brasil de 0,3% parece um pouco pessimista. É verdade que tivemos um primeiro semestre de crescimento mais fraco, porém no segundo semestre estamos observando recuperação da economia brasileira. Temos vários indicadores que mostram que a partir de julho tivemos aceleração moderada do crescimento", afirmou.

Mantega citou dados de produção industrial, IBC-Br, o monitor do PIB mensal da FGV, produção de bens de capital, produção de petróleo e gás, vendas da produção da indústria automobilística.

"Tudo indica que terceiro trimestre terá um bom crescimento", afirmou.

"Temos vários indicadores de que está havendo retorno do crédito a partir da flexibilização do Banco Central de diminuir compulsório.

O consignado também está aumentando e o crédito está retornando muito gradualmente à economia brasileira, o que deverá levar a um aquecimento moderado da economia até o fim do ano", defendeu.

Mantega lembrou que a projeção de 0,3% poderá ser revista em novembro, na reunião do G20, na Austrália.

"Eles farão nova previsão e podem alterar. Vivemos num mundo volátil, instável, com surpresas. Então previsões têm que ser revistas com certa velocidade", disse.

O ministro voltou a dizer que no primeiro semestre a economia teve problemas internos e externos e apontou que a economia mundial cresceu menos que o esperado e a economia brasileira também.

Ele citou a dificuldade de exportação num cenário de baixo crescimento mundial. Mantega mencionou, ainda, que os países da América Latina estão todos apresentando desaceleração do crescimento.

Mantega repetiu a avaliação de que a seca também atrapalhou nos primeiros meses do ano e gerou pressão inflacionária.

"O Banco Central fez política monetária bastante rigorosa, reduzindo a disponibilidade de crédito. Uma parte do não crescimento neste ano é falta de credito a partir da política monetária, que pra combater a inflação fez política mais contracionista", disse.

Mantega acrescentou que, à medida que a inflação fica mais fraca, as ações podem mudar.

O ministro afirmou que, apesar de o crescimento estar menor, os parâmetros estão saudáveis.

"O nível de emprego continua muito alto no Brasil. Continuamos reduzindo o desemprego, ou mantendo o desemprego em patamar historicamente muito baixo. Se o desemprego está baixo, significa que o mercado consumidor está intacto. O que falta é crédito", apontou.

Mantega disse que esse cenário é um privilégio do Brasil e que, mesmo nos Estados Unidos, o mercado de consumo não se recuperou satisfatoriamente.

Fed

Mantega avaliou também que a volatilidade no Brasil é diferente do resto do mundo por conta do processo eleitoral. "Temos uma especificidade", disse.

Ele lembrou, no entanto, que o Federal Reserve (Fed) já começou a preparar o mundo para elevação da taxa de juros, que virá no ano que vem, e que já causa volatilidade ao redor do globo.

Ele defendeu os fundamentos da economia brasileira ao destacar que a dívida externa para administrar é pequena e há um programa de investimento importante em curso.

Mantega lembrou que faz parte da agenda do FMI e do G-20 organizar um fundo de investimento e discutir como elevar o PIB do mundo.

Segundo Mantega, já na reunião de primavera do Fundo, em abril, o tema crescimento econômico já foi debatido e vem sendo desenvolvido ao longo desse ano.

"Cada país diz como vai contribuir para o crescimento do PIB mundial. Isso é uma agenda do FMI porque falta crescimento na economia mundial. Eu espero que os meus colegas dos países desenvolvidos tomem medidas mais eficientes para aumentar o crescimento", afirmou.

Mantega disse que o Japão parou de crescer e que a Alemanha está com dificuldades.

O ministro ainda destacou que a produção industrial brasileira tem trajetória muito semelhante com a da Alemanha.

"As duas curvas são idênticas. A nossa produção industrial esse ano está mais fraca, até negativa, e na Alemanha está a mesma coisa", disse.

Mantega disse que muita gente quer atribuir problemas aqui, no Brasil, que são problemas mundiais.

"Todo mundo sabe que a Alemanha é um país competitivo", disse. "Não é um problema do Brasil no que diz respeito à exportação dos manufaturados", completou.

Ele lembrou que, na segunda-feira da semana passada, na Fiesp, esteve reunido com mais de 100 empresários, vendo medidas para aumentar a competitividade, mesmo que o mercado não esteja se recuperando.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraFMIGuido MantegaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame