Economia

Presidente do BCE avalia que o pior da crise já passou

Mario Draghi se mostrou convencido de que o pior da crise do euro já passou, embora admita que ainda há alguns riscos

Draghi considera ainda que as injeções de capital efetuadas pelo BCE não são um fator de inflação, uma vez que a maioria dos bancos não colocou esse dinheiro em circulação (Getty Images)

Draghi considera ainda que as injeções de capital efetuadas pelo BCE não são um fator de inflação, uma vez que a maioria dos bancos não colocou esse dinheiro em circulação (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2012 às 07h20.

Berlim - Em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo diário alemão Bild, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, se mostrou convencido de que o pior da crise do euro já passou, embora admita que ainda há alguns riscos.

'A situação estabiliza-se. Os dados básicos da zona do euro, como inflação, balança em conta corrente e, sobretudo, os déficits públicos, são melhores que, por exemplo, os dos Estados Unidos', avaliou Draghi.

Segundo o economista, a confiança dos investidores retornou e há várias semanas o BCE não precisa intervir comprando títulos de dívida soberana.

'Agora é a vez dos governos, que têm de tornar a eurozona resistente a crises a longo prazo', indicou.

Draghi também defendeu as intervenções do BCE durante a crise.

'No outono passado, a situação era crítica. Poderia ocorrer um perigoso estrangulamento do crédito e, com isso, quebras de empresas, que de repente se veriam sem respaldo financeiro. Isso era algo que tínhamos que evitar', disse.

Draghi considera ainda que as injeções de capital efetuadas pelo BCE não são um fator de inflação, uma vez que a maioria dos bancos não colocou esse dinheiro em circulação, utilizando-o para saldar antigas obrigações.

Na entrevista, o presidente do BCE apresenta a Alemanha como modelo por ter conseguido reinventar o estado de bem-estar sem incorrer em dívidas desproporcionais.

'A Alemanha é um exemplo. O velho modelo do estado de bem-estar europeu morreu porque, com frequência, não funciona sem dívidas. Os alemães o reinventaram sem dívidas desproporcionais', explicou.

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