Por mais crédito e menos taxas, Banco Central estuda regular as fintechs
ÀS SETE - O conjunto de regras dará algum norte à atuação das empresas de crédito, formalizando a concorrência aos bancos tradicionais
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2018 às 06h31.
Última atualização em 26 de abril de 2018 às 07h26.
Com as pautas econômicas travadas em Brasília, como a privatização da Eletrobras , o governo passa a se mexer em outras frentes para criar alguma agenda positiva. Nesta quinta-feira, o Banco Central deve apreciar uma proposta de regulamentação para fintechs nacionais em reunião do Conselho Monetário Nacional.
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O conjunto de regras dará algum norte à atuação das empresas de crédito, formalizando a concorrência aos bancos tradicionais.
O mercado de crédito no Brasil passa por um momento de debates. Mesmo com o fim da recessão, uma retomada do emprego e principalmente uma queda forte da taxa básica de juros nos últimos meses, o crédito segue escasso e o spread bancário continua a desencorajar a tomada de empréstimos.
O resultado é uma retomada do consumo e dos investimentos aquém do previsto, que tem levado a revisões para baixo na previsão de crescimento para 2018. Economistas já projetam um crescimento do PIB mais perto dos 2,5% no ano.
A esperança de colaboração dos parlamentares em Brasília também arrefeceu. O cadastro positivo travou em mais uma sessão da Câmara dos Deputados. A proposta passou a ter forte oposição até de partidos da base aliada, preocupados com o uso irrestrito dos dados de consumidores por tomadoras de empréstimo.
“Eu sou favorável ao cadastro positivo, mas sou favorável que o banco dê informação da nota do cliente para o birô [de crédito]”, disse o deputado Celso Russomanno (PRB-SP) ao G1. “Da nota para a quebra do sigilo existe uma grande lacuna.”
O jeito é apelar ao Banco Central. Uma regulamentação das fintechs pressionaria os bancos a cobrar juros menores, ao menos na teoria. A queda de juros foi aproveitada nos últimos meses para garantir o lucro das instituições, que aumentaram o spread mediante o risco de inadimplência.
Um estudo da Fiesp divulgado ontem diz que o aumento das taxas fará os brasileiros pagar, entre 2017 e 2022, 1,04 trilhão de reais a mais em juros.
No ano passado, a diferença entre juros captados e cobrados foi de 54,6 pontos percentuais ao ano, ante 34,5 pontos percentuais ao ano, em média, entre 2012 e 2014.
A ver se o Banco Central dá mais um passo no estímulo à concorrência.