Economia

Políticos da UE concentram-se na economia em 1º debate na TV

O debate entre candidatos para chefiar a Comissão Europeia se concentrou na economia de um continente ainda se recuperando de uma crise

Os quatro principais candidatos para chefiar a Comissão Europeia antes de um debate televisionado (REUTERS/Michael Kooren)

Os quatro principais candidatos para chefiar a Comissão Europeia antes de um debate televisionado (REUTERS/Michael Kooren)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 18h48.

Bruxelas - Os quatro principais candidatos para chefiar a Comissão Europeia participaram de um debate televisionado nesta segunda-feira, o primeiro desse tipo, já que a União Europeia está empenhada em mostrar a sua relevância para eleitores cada vez mais hostis antes das eleições parlamentares europeias.

Embora os cidadãos da UE não elejam diretamente a Comissão, o órgão que elabora e aplica a legislação do bloco, o debate dos representantes dos quatro principais grupos do Parlamento Europeu mostrou aos eleitores as principais posições políticas na disputa para as eleições do Parlamento europeu, marcadas para 22 a 25 de maio.

Nenhum dos quatro candidatos, que representam a centro-esquerda, a centro-direita, o centro e grupos ambientalistas no Parlamento, são nomes conhecidos fora de seus países e não ficou claro quantas pessoas sintonizaram o canal de notícias Euronews para ver o debate de 90 minutos.

Mas os políticos expressaram diferenças políticas claras em um debate que se concentrou na economia de um continente ainda se recuperando de uma crise que a certa altura parecia uma ameaça ao euro, a moeda do bloco.

"Estou fazendo campanha para uma Europa que cria postos de trabalho e cresce sem gastar dinheiro que não temos", disse Jean-Claude Juncker, ex-primeiro-ministro de Luxemburgo, representando o Partido do Povo Europeu, de centro-direita, que está ligeiramente à frente dos centro-esquerdistas social-democratas nas pesquisas.

"Não tenho um projeto de austeridade. Sou a favor de finanças públicas sólidas, porque não há crescimento sem solidez das finanças públicas", disse Juncker, de 59 anos, que presidiu reuniões de ministros das Finanças da zona do euro durante a crise, um papel que o expôs à crítica na época, mas lhe permitiu conquistar credenciais no combate à turbulência, agora que o pior já passou.

No campo da social-democracia, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, de 58 anos, um crítico ferrenho das políticas de austeridade, argumentou que mais dinheiro deve ser gasto ajudando os jovens a encontrar emprego, uma mensagem que caiu bem entre o público na Universidade de Maastricht, na Holanda.

Como resultado de profundos cortes orçamentários, disse ele, "toda uma geração na União Europeia paga com suas oportunidades de vida uma crise que outras pessoas, pessoas irresponsáveis, causaram. Quero mudar a Europa para outra direção".

No centro, Guy Verhofstadt, de 61 anos, ex-primeiro-ministro da Bélgica, representou os liberais, e Ska Keller, de 32 anos, a única mulher, falou em nome dos Verdes.

O sucessor do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, político de centro-direita de Portugal, será nomeado pelos líderes da UE e confirmado pelo Parlamento Europeu.

Seja qual for o partido que tiver mais votos, estará em melhores condições de ter seu candidato alçado ao posto de chefe da Comissão Europeia, um papel influente, criado para estar acima das diferenças políticas. Juncker e Schulz estão bem posicionados, mas não é certo que algum deles consiga o posto.

Embora a expectativa seja de que os quatro grupos representados no debate obtenham cerca de 70 por cento dos assentos nas eleições de maio, partidos anti-UE e de protesto, no campo da direita e da esquerda, devem ter boa votação de eleitores desiludidos com o bloco ou que querem punir os governos de seus países.

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