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Política econômica é muito mais ampla do que;a monetária, diz Dirceu

Para ministro da Casa Civil, carga tributária é inaceitável, e 2005 será o ano das reformas trabalhista, sindical e do judiciário. Atuação do governo, diz, não deve se expor a riscos nem se limitar a fundamentalismos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

O maior desafio da política econômica de Lula é, no momento, superar o gargalo em infra-estrutura. Para o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, o engessamento do orçamento federal, provocado pelo investimento obrigatório em previdência, gastos de pessoal e juros, e a política monetária contracionista exigem do governo um difícil equilíbrio. Para Dirceu, o governo não deve se arriscar, nem limitar-se a fundamentalismos. "Mas o presidente Lula é especialista em encontrar caminhos pragmáticos", afirma. Dirceu participou nesta sexta-feira (24/9) de almoço oferecido pela Câmara de Comércio França-Brasil, em São Paulo.

Para Dirceu, a recuperação da infra-estrutura depende da aprovação das Parcerias Público-Privadas (PPPs). "Vamos aprovar as PPPs até o final do ano", diz o ministro. Segundo ele, o governo mobilizou 11 forças-tarefa para os portos prioritários, nos quais estão sendo aplicados 300 milhões de reais.

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Dirceu admite, porém, que as soluções para o escoamento da produção não virão de uma hora para a outra. "Nesta área, não há soluções que a caneta possa resolver. É preciso trocar de roupa andando", diz. "O ideal seria que o Brasil investisse 3% do PIB ao ano, algo como 45 bilhões de reais", afirmou. "Mas a dívida pública de 57% do PIB, embora pequena para os padrões europeus, ainda tem um perfil muito ruim."

O chefe da Casa Civil também afirmou que a carga tributária atual "não é aceitável" e que as medidas recentemente anunciadas de desoneração de bens de capital significam que "o governo abriu mão de no mínimo 5 bilhões de dólares". (O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou que a arrecadação cairá em 1,2 bilhão de reais. Leia reportagem.) "Os empresários esperavam essas medidas há cinco ou sete anos."

Para Dirceu, o ano que vem será dedicado às reformas sindical, trabalhista e do judiciário. Ele destacou que já há uma maior segurança jurídica no Brasil. "Já existe um consenso de que vale o que está escrito nos contratos, o que dá garantia aos negócios firmados no país."

Falando a um público formado majoritariamente por empresários franceses, o ministro aproveitou para reforçar a condição da América do Sul como prioridade da política externa brasileira. "O Brasil tem uma responsabilidade e deve exercê-la na América do Sul."

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