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Polícia prende Elias Maluco, mas não Jader

Dois casos de polícia que vivem nas manchetes dos jornais brasileiros parecem estar perto da conclusão. Eles não têm nenhuma relação entre si (ninguém jamais ousaria comparar um bárbaro assassinato a uma mera suspeita de corrupção), mas há uma grande coincidência e uma enorme diferença no desfecho dos dois que diz muito a respeito da […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h28.

Dois casos de polícia que vivem nas manchetes dos jornais brasileiros parecem estar perto da conclusão. Eles não têm nenhuma relação entre si (ninguém jamais ousaria comparar um bárbaro assassinato a uma mera suspeita de corrupção), mas há uma grande coincidência e uma enorme diferença no desfecho dos dois que diz muito a respeito da eficiência da polícia brasileira para atender às solicitações da Justiça.

O primeiro caso é o bárbaro assassinato do jornalista Tim Lopes. No Rio de Janeiro foi preso hoje o traficante Elias Maluco, acusado de torturar e assassinar Tim no último dia 2 de junho. O segundo caso é o do ex-presidente do Senado Jader Barbalho, foragido da Justiça depois que sua prisão preventiva foi decretada nesta quarta-feira pelo juiz Jefferson Schneider, de Mato Grosso.

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A coincidência entre os dois casos é o número de envolvidos: são nove, o líder e mais oito supostos cúmplices. A Justiça acusa Jáder de fraudes cometidas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Além da prisão de Jáder, a pedido do promotor Pedro Taques, a Justiça Federal também decretou a do ex-superintendente da Sudam José Artur Guedes Tourinho, candidato a deputado estadual pelo PMDB do Mato Grosso, e de mais sete empresários.

No Rio de Janeiro, Elias Maluco, preso no Complexo do Alemão, na favela da Grota, é acusado de torturar a assassinar Tim também com oito cúmplices, todos traficantes. Tim teria sido capturado quando fazia uma reportagem sobre o baile funk na periferia e levado para a favela da Grota, onde teria sido assassinado com um golpe de espada dado pelo próprio Elias. A prisão é resultado da Operação Sufoco, realizada desde terça-feira no Complexo do Alemão.

A grande diferença entre os dois casos é o destino dos acusados. No Rio, além de Elias Maluco, seis outros traficantes acusados já estão presos e dois morreram. A prisão de Elias, o criminoso mais procurado do estado nos últimos meses, foi comemorada pelos cerca de 300 policiais que participaram da operação. A polícia dá o caso por encerrado e agora os suspeitos estão na mão da Justiça.

Já no Pará, o juiz de plantão negou o pedido de habeas corpus feito durante a madrugada pelo advogado de Jader, Edson Messias, argumentando que o risco de fuga é alto. A defesa do ex-presidente do Senado pretende recorrer e apresentar novo pedido de liberdade. Enquanto não sai, Jader, que não é visto desde a tarde de quarta-feira, segue em campanha no interior do Pará. Nenhum dos outros oito acusados foi capturado.

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