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PMI da indústria brasileira segue em contração em novembro

IHS Markit apontou que as condições de negócios se deterioram em todas as três categorias observadas pelo indicador

Indústria brasileira: mercado de trabalho na indústria sofreu assim com cortes de funcionários pelo 21º mês seguido
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Reuters

Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 10h23.

São Paulo - A recessão econômica brasileira continuou prejudicando o fluxo de pedidos para a indústria em novembro e o Índice de Gerentes de Compras ( PMI , na sigla em inglês) divulgado nesta quinta-feira mostrou que o setor permaneceu em forte contração.

O PMI divulgado pelo IHS Markit permaneceu quase inalterado em novembro, a 46,2 ante 46,3 em outubro, mas com leituras abaixo da marca de 50,0 que separa crescimento de contração em quatro dos seus cinco subcomponentes: produção, novos pedidos, estoques de compras e empregos.

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O IHS Markit informou que as condições de negócios se deterioram em todas as três categorias monitoradas, sendo que a de bens de capital, uma medida de investimento, apresentou de longe o pior desempenho.

A demanda fraca tanto interna quanto externa provocou nova queda dos pedidos em novembro. As encomendas para exportação, entretanto, embora tenham caído com força, tiveram o ritmo mais lento de recuo desde agosto.

Mais uma vez esse cenário provocou a queda dos níveis de produção e de compras, sendo que as reduções registradas nesta última apresentaram o ritmo mais forte desde maio. Os entrevistados citaram dificuldades de fluxo de caixa, necessidades mais baixas de produção e a situação econômica frágil.

O mercado de trabalho na indústria sofreu assim com cortes de funcionários pelo 21º mês seguido, apontou o IHS Markit, com as tentativas de corte de custos afetando principalmente as indústrias de bens de capital.

"As dificuldades financeiras das indústrias foram destacadas pelos cortes nos níveis de compras, estoques e emprego. Para que uma recuperação econômica aconteça, as condições do mercado de trabalho também precisarão melhorar", destacou a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.

Em relação aos custos, novembro apresentou nova alta dos insumos, com destaque para metais, produtos químicos, plásticos, papel e produtos têxteis.

Algumas empresas até chegaram a aumentar os preços de venda buscando proteger suas margens de lucro, mas a pesquisa apontou que 81 por cento delas mantiveram seus preços diante da forte competitividade.

Por isso, a inflação dos preços cobrados mostrou descompressão em novembro, chegando ao segundo nível mais lento em 26 meses de altas.

O IBGE divulga na sexta-feira os dados de outubro da produção industrial. O setor encerrou o terceiro trimestre com alta de 0,5 por cento em setembro após duas quedas seguidas, mas num resultado ainda insuficiente para abrir caminho para uma recuperação sustentada.

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