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PIB só acelera com mais investimento, dizem analistas

No terceiro trimestre, os investimentos no País caíram 2% na comparação com os três meses anteriores e 5,6% em relação ao mesmo período de 2011

indústria (Germano Luders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2012 às 08h27.

São Paulo - O decepcionante resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre consolidou entre analistas a ideia de que o governo Dilma precisa destravar os investimentos se quiser acelerar o ritmo de crescimento do País. É uma avaliação consensual, mesmo entre profissionais de "escolas" econômicas diferentes. A questão é como alcançar esse objetivo. Para alguns, o problema está na oferta da economia, estrangulada pelo conhecido - e abominado - custo Brasil. Para outros, o desafio continua a ser a demanda, que precisa ser estimulada ainda mais para despertar o "espírito animal" dos empresários.

No terceiro trimestre, os investimentos no País, medidos pela chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), caíram 2% na comparação com os três meses anteriores e 5,6% em relação ao mesmo período de 2011. Foi o quinto trimestre seguido de recuo no indicador. Não à toa, o governo promete, já para esta semana, novas medidas para tentar estimular os investimentos. "Vamos continuar com a desoneração da folha de pagamentos em 2013", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, logo depois que os dados trimestrais foram divulgados.

Se as medidas se confirmarem, o governo repetirá parte da estratégia adotada - com resultados modestos - para acelerar a expansão: reduzir os custos, sobretudo da indústria, para permitir uma folga de recursos que possa ser destinada a investimentos. Os especialistas, de forma geral, avaliam que o foco deve ser mesmo a indústria, que tem sofrido mais que os serviços e o agronegócio nos últimos anos.

"A produtividade da indústria caiu, em média, 1% ao ano entre 2001 e 2011, enquanto a mesma medida para o agronegócio mostrou expansão de 3% e, nos serviços, de 1,1%", nota José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica da Fazenda. "Estamos assistindo a um claro processo de desindustrialização do País", emenda Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp e um dos principais conselheiros econômicos no governo Lula.

As razões da derrocada industrial passam pela valorização do real ante o dólar, pela concorrência chinesa, pelo custo Brasil e pela crise global, que levou a uma superoferta de manufaturados. "A indústria tem importante efeito de dinamização sobre o resto da economia, ainda que represente cerca de 25% do PIB, ante 65% dos serviços", argumenta Belluzzo.

O consenso, portanto, é o de que o investimento precisa crescer, notadamente na indústria. A divergência está em como chegar lá. Os economistas que seguem a linha batizada de ortodoxa, como Mendonça de Barros, defendem menos intervenção do governo.

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São Paulo - O decepcionante resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre consolidou entre analistas a ideia de que o governo Dilma precisa destravar os investimentos se quiser acelerar o ritmo de crescimento do País. É uma avaliação consensual, mesmo entre profissionais de "escolas" econômicas diferentes. A questão é como alcançar esse objetivo. Para alguns, o problema está na oferta da economia, estrangulada pelo conhecido - e abominado - custo Brasil. Para outros, o desafio continua a ser a demanda, que precisa ser estimulada ainda mais para despertar o "espírito animal" dos empresários.

No terceiro trimestre, os investimentos no País, medidos pela chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), caíram 2% na comparação com os três meses anteriores e 5,6% em relação ao mesmo período de 2011. Foi o quinto trimestre seguido de recuo no indicador. Não à toa, o governo promete, já para esta semana, novas medidas para tentar estimular os investimentos. "Vamos continuar com a desoneração da folha de pagamentos em 2013", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, logo depois que os dados trimestrais foram divulgados.

Se as medidas se confirmarem, o governo repetirá parte da estratégia adotada - com resultados modestos - para acelerar a expansão: reduzir os custos, sobretudo da indústria, para permitir uma folga de recursos que possa ser destinada a investimentos. Os especialistas, de forma geral, avaliam que o foco deve ser mesmo a indústria, que tem sofrido mais que os serviços e o agronegócio nos últimos anos.

"A produtividade da indústria caiu, em média, 1% ao ano entre 2001 e 2011, enquanto a mesma medida para o agronegócio mostrou expansão de 3% e, nos serviços, de 1,1%", nota José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica da Fazenda. "Estamos assistindo a um claro processo de desindustrialização do País", emenda Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp e um dos principais conselheiros econômicos no governo Lula.

As razões da derrocada industrial passam pela valorização do real ante o dólar, pela concorrência chinesa, pelo custo Brasil e pela crise global, que levou a uma superoferta de manufaturados. "A indústria tem importante efeito de dinamização sobre o resto da economia, ainda que represente cerca de 25% do PIB, ante 65% dos serviços", argumenta Belluzzo.

O consenso, portanto, é o de que o investimento precisa crescer, notadamente na indústria. A divergência está em como chegar lá. Os economistas que seguem a linha batizada de ortodoxa, como Mendonça de Barros, defendem menos intervenção do governo.

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