Pela quarta semana consecutiva, o mercado revisa para baixo sua expectativa em relação ao desempenho da economia brasileira em 2006. Segundo pesquisa realizada na última sexta-feira (1º/12) pelo Banco Central junto a economistas de diversas instituições financeiras, e divulgado nesta segunda-feira (4/12), o Produto Interno Bruto (PIB) não deve crescer mais que 2,86% este ano. Há uma semana, o mercado previa expansão de 2,94% e, há um mês, de 3%.

O fraco resultado de 2006, no entanto, não contamina a expectativa do mercado para 2007. Há 14 semanas, os analistas estimam que a economia do país vai crescer 3,5% no próximo ano. De acordo com o analista da corretora Souza Barros, Clodoir Gabriel Vieira, o otimismo tem origem em dois fatores: a queda na taxa básica de juros (Selic) e a expectativa de desenvolvimento dos agronegócios.

"O governo já manifestou a intenção de desenvolver políticas de incentivo à agricultura em 2007, o que deve impulsionar o setor. O Banco do Brasil tem destacado que, em 2005, 28% do PIB era gerado pelos agronegócios e, no próximo ano, esse número deve aumentar", afirma. Além disso, para Vieira, com a Selic em baixa, as empresas tendem a investir mais, girando a economia.

Pelo relatório do Banco Central, os juros em 2007 devem cair gradualmente, chegando a dezembro em 12% ao ano. Atualmente, a taxa encontra-se em 13,25% ao ano.