PIB do estado de SP cresce 0,4% em 2020: "aqui está a recuperação em V"
Governo João Dória faz anúncio de resultados melhores que a média nacional e alfineta os planos frustrados do governo federal de uma recuperação rápida no último semestre
Fabiane Stefano
Publicado em 4 de março de 2021 às 12h06.
Última atualização em 4 de março de 2021 às 18h33.
Um dia após o IBGE divulgar uma queda de 4,1% no PIB nacional em 2020, o governo paulista anunciou, em uma coletiva de imprensa, que a soma dos bens e serviços produzidos no Estado de São Paulo no mesmo ano registrou uma alta de 0,4%, puxado principalmente pelo setor de serviços e tecnologia. O setor agropecuário, um dos únicos com números positivos no resultado nacional, caiu 1,7%, em SP, enquanto a indústria teve queda ainda maior, de 2,9%.
Após uma queda brusca da produtividade em abril, por consequência das primeiras e mais duras medidas restritivas contra a pandemia, São Paulo registrou alta do PIB em todos os meses restante de 2020, chegando em dezembro em um nível 5,6% maior que o anterior à crise.
"Temos aqui uma recuperação em V", apontou o secretário da Fazenda do estado, Henrique Meirelles, alfinetando o governo federal, que apostou numa retomada pujante da economia a partir do segundo semestre, o que acabou não acontecendo. "É o resultado de uma série de ações do governo de SP que começaram em 2019, gerando um fluxo de investimentos que nos permitiu entrar fortes em 2020, cair menos e recuperar mais rápido."
Após uma queda de 0,7% no 1º trimestre e de 6,3% no 2º, São Paulo cresceu 9,8% no 3º trimestre, e mais 2,5% no 4º - um movimento paralelo registrado nacionalmente, mas com uma quedas menores e um crescimento maior no 3º trimestre. No 4º trimestre, o crescimento paulista ficou 0,7 p.p. abaixo do crescimento nacional.
Empregabilidade e empreendedorismo
São Paulo registrou saldo positivos também nos indicadores de empregabilidade e empreendedorismo. Em 2020, mais de 224 mil empresas foram abertas na Junta Comercial do estado, deixando um saldo líquido de 120 mil negócios aberto no ano - um número 15% maior que em 2019. Os dados da Junta Comercial não contemplam a abertura novas MEIs (Microempreendedores individuais) abertas, que também cresceu.
Apesar de altas e baixas ao longo do ano, estoque de empregos formais em São Paulo fechou o ano apenas 0,01% abaixo do saldo de 2019. "A aceleração que ocorreu no segundo semestre compensou a perda que tivemos no pior momento da pandemia, no começo do ano", explicou a secretária de desenvolvimento econômico do estado, Patrícia Helen.
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