Economia

PIB do agronegócio cresce 8,7% e chega a R$ 424,32 bilhões em 2002

A renda agrícola para este ano deve aumentar 4,9%, afirma a Confederação Nacional da Agricultura

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h06.

O agronegócio cresce acima da média nacional dos demais setores da economia. O Produto Interno Bruto (PIB) global do agronegócio brasileiro cresceu 8,37%, em 2002, fechando o ano com R$ 424,32 bilhões. A preços de 2002, este resultado reflete um ganho de R$ 32,79 bilhões sobre o resultado de 2001. Somente em dezembro, houve um crescimento de 1,42%. Com esta performance, o PIB do agronegócio -que inclui desde a produção primária até a indústria de processamento, insumos e serviços- passa a representar cerca de 29% do PIB brasileiro. A pesquisa é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) (leia, ao lado, o estudo completo).

Na análise segmentada pelos grandes complexos, os indicadores mostram que, no período acumulado de janeiro a dezembro de 2002, o PIB do agronegócio da agricultura cresceu 10,21%. Em dezembro, o aumento foi de 1,7%. Em relação ao PIB do agronegócio da pecuária, os índices mostram crescimento de 0,78% em dezembro e 4,29% no período acumulado de janeiro a dezembro de 2002. Se comparados aos resultados obtidos pelo setor nos últimos anos, é possível verificar a importância econômica desse desempenho. Em igual período de 2000 e de 2001, o resultado do agronegócio global da agropecuária foi de apenas 0,09% e 1,85%, respectivamente. Os resultados dos seus grandes agregados foram de respectivamente 2,03% e 2,01%, para o agronegócio da agricultura e de 5,17% e 1,50% para o agronegócio da pecuária.

O PIB primário da agropecuária brasileira, que mede o desempenho da atividade rural sem o cômputo da parcela referente aos insumos, processamento e distribuição dos produtos agrícolas, ficou em torno de 11,49% no acumulado de 2002. Em dezembro, a elevação foi de 1,40%. O resultado final de crescimento real do PIB da agropecuária nacional, em 2002, foi uma guinada setorial, quando comparado aos resultados registrados em 2000 e 2001, respectivamente -0,90% e 4,73%. Com esse desempenho, o setor rural fecha o ano de 2002 com um PIB de R$ 125,79 bilhões, ante os R$ 112,82 bilhões de 2002, o que representa um aumento de cerca de R$ 12,97 bilhões.

Essa performance positiva está sendo impulsionada basicamente pelo PIB primário da agricultura, que teve crescimento de 1,89% em dezembro e registrou um novo recorde de crescimento de 17,46% de janeiro a dezembro de 2002. Em termos percentuais, este aumento corresponde a cerca de duas vezes mais do que o resultado registrado em 2001, que teve crescimento de 8,65% no acumulado do ano. Em igual período de 2000, o resultado da agricultura foi de retração de 7,13%. Tal desempenho faz com que, em 2002, a agricultura apresente um PIB de R$ 72,72 bilhões, contra os R$ 61,91 bilhões obtidos em 2001.

Expectativas para 2003

As estimativas de produção e comercialização dos produtos agropecuários esboçam um cenário favorável ao setor em 2003, especialmente para a soja. Avaliação do Departamento Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), considerando apenas o efeito do aumento da produção, o Valor Bruto da Produção (VBP) dos 25 principais produtos agropecuários, deverá crescer 4,9% este ano, podendo atingir R$ 137,6 bilhões.

O cenário de preços no mercado internacional é favorável à comercialização de grãos exportados pelo Brasil tendo em vista a redução dos estoques mundiais de passagem da safra 2002/2003. "O câmbio -que é uma variável fundamental na renda agrícola- continua na sua trajetória de equilíbrio , afirmou Getúlio Pernambuco, chefe do Departamento Econômico da CNA, por meio da assessoria de imprensa do órgão.

Para ele, no entanto, a dúvida é em relação ao suporte à comercialização de produtos destinados ao mercado interno, como arroz, feijão e milho. Ele lembra que o atual governo terá a responsabilidade de administrar a colheita de uma produção recorde em 2003.

Exportações

A safra recorde estimada em 51 milhões de toneladas de soja projeta um crescimento de 30% nas exportações do complexo, em 2003, que chegariam ao valor total de US$ 7,78 bilhões. As estimativas divulgadas pelo chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e Comércio Exterior da CNA, Antônio Donizeti Beraldo, apontam para um acréscimo de cerca de US$ 1,8 bilhão nas vendas externas de grãos, farelo e óleo de soja, que atingiram US$ 6 bilhões em 2002.

Na área das carnes, as projeções indicam um crescimento de 12% nas exportações de frango e de 10% nas vendas externas de carne suína e bovina. Caso as estimativas se confirmem, as vendas externas de carne bovina vão superar a marca de US$ 1,2 bilhão, o que representa acréscimo superior a US$ 100 milhões nas exportações do setor. De acordo com levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de março/2002 a fevereiro/2003 as exportações de carne bovina já atingiram US$ 1,206 bilhão.

Segundo o assessor do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Paulo Sérgio Mustefaga, o sucesso na exploração de novos mercados, como a Rússia, além da competitividade para a manutenção dos tradicionais mercados da União Européia, Chile e Oriente Médio, vêm assegurando a expansão das vendas externas do setor .

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