Nos três primeiros trimestres de 2002, o PIB a preços de mercado apresentou variação, em volume, de 0,94%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Em relação ao segundo trimestre deste ano, a variação foi de 0,93% e, comparado ao mesmo trimestre do ano passado, houve crescimento de 2,38%. A taxa acumulada nos quatro últimos trimestres, ou anualizada, ficou em 0,52%.

Para os analistas do BBV, esse resultado mostra um desempenho melhor do que o esperado. Nessa comparação com o mesmo trimestre de 2001 a agropecuária apresentou

crescimento de 7,19%, a indústria, de 2,98%, e os serviços, de 1,77%. "É verdade que esse tipo de comparação pode

estar viesada pela base deprimida, em razão dos efeitos do racionamento de energia elétrica nesse período", dizem em relatório. "Este aumento de 0,93% em relação ao segundo trimestre deste ano é o sexto aumento consecutivo da taxa de crescimento dessazonalizado, o que mostra que o crescimento está se acelerando."

Para o BBV, "chama a atenção a capacidade de resistência e de adaptação a choques adversos da economia brasileira". "O fato de não termos recessão mas até algum crescimento em um cenário de depreciação cambial acumulada de 57,1% e de taxa básica de juros de 22% não é nada trivial. Esse bom desempenho relativo demonstra que, diante de um cenário interno sem dinamismo, a economia brasileira cresce, entre outros fatores, por meio de aumento de exportações e na substituição de importações", afirma ele.

Nos três primeiros trimestres de 2002, o PIB a preços de mercado apresentou variação, em volume, de 0,94%, como resultado do crescimento de 1,32% no Valor Adicionado a preços básicos e da queda de 2,05% nos Impostos sobre Produtos.

Em relação aos setores que contribuem para a geração do valor adicionado, houve crescimento da Agropecuária e dos Serviços, de 6,46% e 1,52%, respectivamente, e declínio de 0,22% da Indústria.

Dentre os subsetores da indústria, a Extrativa Mineral e a de Transformação apresentaram taxas positivas, de 12,24% e 0,39%, respectivamente. Por outro lado, o subsetor da indústria com maior queda, assim como no acumulado no primeiro semestre, foi Construção Civil (-5,25%), seguido pelos Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP), com declínio de 1,74%.

Todos os componentes do setor de serviços, com exceção do Comércio (que inclui tanto o atacadista como o varejista) com queda de 0,05%, apresentaram taxas positivas nessa comparação.

No terceiro trimestre de 2002, o PIB a preços de mercado registrou crescimento de 2,38% em relação ao mesmo trimestre de 2001. O valor adicionado a preços básicos apresentou aumento de 2,57% e os Impostos sobre Produtos, crescimento de 0,93%. A taxa positiva do indicador de volume dos impostos, mais modesta que a do valor adicionado a preços básicos, reflete o comportamento dos setores sobre os quais há uma maior incidência de impostos como, por exemplo, as atividades produtoras de Automóveis, Caminhões e Ônibus , Material Elétrico, Equipamentos Eletrônicos e a Fabricação e Manutenção de Máquinas e Equipamentos. Nesta base de comparação, o volume dos impostos não apresentava crescimento desde o segundo trimestre de 2001.

Em relação aos setores que contribuem para a geração do valor adicionado, nessa comparação, todos os setores apresentaram crescimento: Agropecuária (7,19%), Indústria (2,98%) e Serviços (1,77%).

Na Indústria, mesmo a Construção Civil apresentando uma queda de 0,87%, este resultado foi o melhor desde o segundo trimestre de 2001 quando registrou-se a taxa positiva de 0,09%. Todos os outros subsetores mostraram crescimento: Extrativa Mineral (10,83%), Transformação (2,61%) e Serviços Industriais de Utilidade Pública (9,76%), sendo, principalmente os dois últimos, favorecidos pela baixa base de comparação - o terceiro trimestre de 2001.

O PIB a preços de mercado, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal, apresentou crescimento de 0,93% entre o terceiro e o segundo trimestre de 2002.

Na mesma comparação, a Indústria, a Agropecuária e os Serviços apresentaram crescimento de 1,30%, 0,75% e 0,71%, respectivamente.

Taxas, em %	3º Trim 2001	4º Trim 2001	1º Trim 2002	2º Trim 2002	3º Trim 2002
Acumulado ao longo do ano/ mesmo período do ano anterior	2,16	1,42	-0,62	0,21	0,94
Últimos quatro trimestres/ quatro trimestres imediatamente anteriores	2,94	1,42	0,33	0,06	0,52
Trimestre/ mesmo trimestre do ano anterior	0,58	-0,78	-0,62	1,01	2,38
Trimestre/ trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal)	-0,57	-0,10	0,85	0,86	0,93