PF acusa escritórios de advocacia por lavagem de dinheiro
Sociedades anônimas off-shore com sede no Uruguai constituiriam sociedades limitadas no Brasil, todas comandadas por "laranjas". O patrimônio dos beneficiários do esquema era então transferido para as limitadas
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2011 às 14h57.
A Polícia Federal lançou nesta quinta-feira (30/6) nova operação destinada a desmontar suposto esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal coordenado por escritórios de advocacia e de contabilidade. Por uma sofisticada sistemática de "blindagem patrimonial", os bens de clientes do esquema seriam ocultados.
A "Operação Monte Éden", que mobiliza 500 policiais federais e 50 técnicos da Receita Federal, cumpre 30 mandados de prisão e 80 de busca e apreensão. O Ministério Público Federal também participa das diligências nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Ceará, Pernambuco e Paraná.
Entre os investigados, diz comunicado da PF, estão indústrias de grande e médio porte da área têxtil, de combustíveis, plásticos, avícolas, construção civil e informática. No total são mais de 40 pessoas jurídicas acusadas pelas fraudes.
Os agentes brasileiros contaram com a cooperação de autoridades do governo uruguaio. O esquema faria uso de sociedades anônimas off-shore com sede no Uruguai. As off-shore constituiriam sociedades limitadas no Brasil. O patrimônio dos clientes era então transferido para as limitadas. A polícia afirma que tanto as empresas estrangeiras como as sociedades nacionais encontram-se em nome de "interpostas pessoas" -- os chamados "laranjas".